
Apesar do apoio da bancada federal mineira, o PMDB est� dividido em rela��o ao destino do novo ministro da Avia��o Civil, Mauro Lopes. Com a c�pula nacional ausente de sua posse ontem, que foi conjunta com a do ex-presidente da Rep�blica Luiz In�cio Lula da Silva na Casa Civil e de Eug�nio Arag�o na Justi�a, a dire��o do partido, que agora acumula sete minist�rios, al�m do vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer, pretende discutir hoje o caso e poder� submet�-lo ao Conselho de �tica. Na conven��o nacional do PMDB, no s�bado passado, uma das mo��es aprovadas estabelecia que nenhum integrante da sigla poderia aceitar novos cargos na administra��o federal nos pr�ximos 30 dias, prazo estipulado para que o diret�rio nacional decida se o PMDB desembarcar� do governo.
“N�o tenho qualquer temor de retalia��o, at� porque fui convidado para assumir esse cargo antes da conven��o do PMDB, portanto, antes da mo��o”, afirmou ontem Mauro Lopes, descartando a possibilidade de sua expuls�o do partido. “O convite a Mauro Lopes foi feito h� muito tempo, antes da mo��o da conven��o, e ele j� havia aceitado. Dou integral apoio a ele”, disse o deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). Antes mesmo da recondu��o do l�der Leonardo Picciani � lideran�a da bancada, em fevereiro, a bancada mineira, que reclamava a pequena presen�a do estado na Esplanada, esperava essa nomea��o.
INCERTEZAS Se de fato Mauro Lopes permanecer na legenda, o governo marcar� um ponto, confirmando as incertezas em que se debate o PMDB em rela��o ao governo. Nem ser� a primeira vez que o PMDB, com o aprofundamento da crise e o impulso pol�tico ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, amea�a deixar os cargos da Esplanada. Tamb�m em dezembro passado, o vice-presidente Michel Temer deu um passo para o rompimento. Recuou depois, procurando afastar as acusa��es de que estaria conspirando com a oposi��o, para afastar Dilma e assumir a Presid�ncia da Rep�blica.
Mandando um recado ao Planalto de que considerou a posse de Lopes “uma fronta” � conven��o nacional do PMDB, a aus�ncia de Temer na posse foi sentida pela articula��o pol�tica do governo, que tamb�m registrou a falta do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), do l�der do partido na Casa, Eun�cio Oliveira (CE), e de Jader Barbalho (PA), pai do ministro Euder Barbalho (Portos). Ao mesmo tempo, emiss�rios foram mandados para sondar o �nimo da bancada peemedebista na C�mara em rela��o ao impeachment. Lula telefonou a Temer. A conversa foi r�pida e cordial, quando foi acertada uma reuni�o na semana que vem para tratar da crise. Lula tamb�m ligou a Renan Calheiros e pediu um encontro com a bancada peemedebista. J� para Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da C�mara e um dos principais antagonistas do governo Dilma, o gesto n�o se repetiu.
Nos bastidores, membros da c�pula peemedebista consideram que, num primeiro momento, a presen�a de Lula, embora n�o suficiente para abafar prontamente a crise, d� novo f�lego ao governo. A bancada nacional do PMDB, reunida ontem para indicar os nomes do partido para a comiss�o especial de impeachment, est� dividida em rela��o ao futuro do governo. A tend�ncia � de deixar tramitar o pedido de impeachment, para se posicionar na medida em que desenrolar os fatos.