Berna - O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, afirmou nessa quinta-feira, 17, que "ningu�m est� imune" a uma investiga��o ao ressaltar que vai examinar as suspeitas de que a presidente Dilma Rousseff teria agido para obstruir a Justi�a. "Nosso trabalho � republicano. N�o h� pessoa fora de investiga��o", declarou nesta quinta-feira, 17, em Berna, na Su��a.
Janot voltou a repetir o termo "republicanamente" ao ser questionado sobre o andamento das investiga��es da Opera��o Lava Jato. "Temos que analisar o que temos, analisar o que est� nas dela��es premiadas e ai, tecnicamente, vamos tomar uma decis�o. N�o h� uma decis�o de instaurar e nem de arquivar. N�s vivemos em uma rep�blica e ningu�m est� nem acima e nem abaixo da lei. Todos devem ser tratados republicanamente", disse. O mesmo termo foi usado para falar da tecnicidade a ser empregada na an�lise das suspeitas que envolvem o ex-presidente Lula, hoje ministro da Casa Civil, na Lava Jato.
O procurador reiterou que o Minist�rio P�blico s� vai agir com base em fatos jur�dicos. "O MP n�o age politicamente. Ser� algo t�cnico", afirmou. Questionado se ser presidente blindaria a presidente Dilma de um inqu�rito, ele respondeu: "De jeito nenhum, de jeito nenhum".
Grava��es
Janot passou parte da madrugada de quarta para quinta-feira num dos restaurantes do hotel onde est� hospedado na Su��a, escutando aos trechos das grava��es e as rea��es das ruas ap�s a divulga��o do conte�do dos grampos da conversa entre a presidente Dilma e Lula. Ao lado de dois assessores, foi para o quarto perto da 1 da manh�. "Dormi pouco", disse na manh� seguinte.
Questionado se havia escutado �s grava��es das conversas de Lula, ele ironizou: "qual delas? Eu nem consegui ler os jornais. � muita coisa".
Os investigadores da for�a-tarefa da Lava Jato acreditam que um dos trechos da conversa entre a presidente e Lula evidencia que a petista nomeou o ex-presidente como ministro-chefe da Casa Civil numa tentativa de evitar que ele fosse investigado na primeira inst�ncia sob a responsabilidade do juiz federal S�rgio Moro, considerado m�o pesada. Dilma rebateu, no entanto, a tese, afirmando que ela nem sequer havia assinado a nomea��o no momento em que conversava ao telefone com ele.