Bras�lia, 19 - No dia seguinte � decis�o do PRB de deixar a base aliada do governo Dilma, o ministro do Esporte, George Hilton, anunciou que deixa o partido para se manter no cargo. O destino do ministro, que � deputado federal por Minas Gerais, ser� o PROS. "Me desfilio por entender que, neste momento, n�s, homens e mulheres que atuam na vida p�blica, devemos nos empenhar no sentido de desfazer conflitos, evitar injusti�as e trabalhar com afinco pela normalidade democr�tica e pela solidez das institui��es nacionais", afirma, em nota que ser� divulgada.
Integrantes da base aliada consideram que o processo de afastamento da presidente Dilma � irrevers�vel e ir� contaminar outros partidos. O sentimento dentro de parte de partidos como PMDB, PR, PSD, PP, PTB e PRB � o de que o governo, ao ser dragado pela sequ�ncia de not�cias negativas contra o ex-presidente Lula, acabou descuidando das articula��es no Congresso. At� mesmo o poder de mobiliza��o de Lula, rec�m-empossado como "superministro" tem sido colocado em xeque.
Uma das siglas da base que tem demonstrado sinais de rompimento com Dilma diante dos avan�os dos desgaste do governo � o PR.
A ideia articulada nos bastidores � anunciar o desembarque nos pr�ximos 15 dias, antes do t�rmino da comiss�o do impeachment, para n�o parecer ser oportunismo. A decis�o, contudo, deve ser feita � revelia da c�pula do partido e do ministro dos Transportes, Ant�nio Carlos Rodrigues, defensor da perman�ncia no governo.
'Manada'
Na avalia��o de integrantes do PP e PR, uma vez iniciado o desembarque de legendas consideradas m�dias, haver� um "efeito manada" entre demais. Dentro desse cen�rio, PTB e PSD tamb�m dever�o engrossar a fila.
No caso do PTB, a press�o j� � externada publicamente pela dire��o de legenda. No mesmo dia em que o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) foi al�ado para a relatoria do processo de impeachment, a presidente da legenda, Cristiane Brasil, afirmou por meio de nota que "este governo j� acabou". "O Diret�rio Nacional do PTB, que j� possui dire��o clara contra o governo de Dilma, Lula e do PT, apela � totalidade da bancada trabalhista no Congresso Nacional para que siga esse mesmo caminho(...) Este governo acabou, n�o tem mais condi��es morais de continuar", disse a dirigente.
Em rela��o ao PSD, respons�vel por indicar o presidente da comiss�o do impeachment, deputado Rog�rio Rosso (DF), a avalia��o corrente entre integrantes da base aliada � de que o deputado, sob press�o do eleitorado, n�o vai atrapalhar os avan�os do processo. Nas �ltimas elei��es, o DF, reduto eleitoral de Rosso, deu ampla maioria de votos para os advers�rios de Dilma.
Ruptura
Pelos corredores do Congresso, n�o passou desapercebido o fato de as principais lideran�as dos partidos da base aliada n�o terem participado da tumultuada posse de Lula realizada anteontem. Na ocasi�o, o gesto mais evidente foi a aus�ncia do vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer, que se sentiu "afrontado" com a indica��o de Dilma para que o deputado federal Mauro Lopes (PMDB-MG) assumisse a Secretaria de Avia��o Civil.
Quatro dias antes do convite da presidente para Lopes, a c�pula do PMDB havia decidido proibir o ingresso de qualquer correligion�rio em cargos do governo, pelos pr�ximos 30 dias. "Esta semana foi muito traum�tica, mas Lula � um homem que tem que ser respeitado. S� n�o sei se chegou tarde demais, tenho minhas d�vidas da efetividade dessa mobiliza��o contra o impeachment", afirmou, o deputado federal Arthur Lira (AL), que integra a Executiva Nacional do PP. Deputados de legenda encaminharam anteontem ao presidente nacional da legenda, senador Ciro Nogueira (PI), pedido de convoca��o do Diret�rio Nacional para discutir poss�vel desembarque do governo.
"Me desfilio por entender que, neste momento, n�s, homens e mulheres que atuam na vida p�blica, devemos nos empenhar no sentido de desfazer conflitos, evitar injusti�as e trabalhar com afinco pela normalidade democr�tica e pela solidez das institui��es nacionais", afirma.