Bras�lia - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que se o impeachment da presidente Dilma Rousseff ocorrer sem a caracteriza��o do crime de responsabilidade, isso ter� "outro nome". Em entrevista na chegada a seu gabinete ap�s se reunir com os ex-presidentes Luiz In�cio Lula da Silva e Jos� Sarney, o peemedebista disse considerar que impeachment "em circunst�ncia normal � uma coisa normal", mas ressalvou ser preciso que os cidad�os saibam que � necess�rio haver esse enquadramento legal.
Questionado v�rias vezes por rep�rteres se essa sa�da seria um golpe, o presidente do Senado n�o respondeu. O pedido de impeachment se baseia principalmente em quest�es or�ament�rias, como as pedaladas fiscais e decretos assinados por Dilma sem numera��o realizados no ano passado.
Renan Calheiros disse que a admiss�o da abertura do pedido de impeachment, se passar pela C�mara, ter� de ser apreciada pelo Senado. Ele disse que o presidente do Senado, mais do que nunca, precisa demonstrar equil�brio, responsabilidade e bom senso. "Ele n�o pode ter lado, se ele tiver lado, ele desequilibra", afirmou.
Cabe ao Senado abrir formalmente o processo de impeachment por maioria simples (a maioria dos presentes na ocasi�o), afastar a presidente por 180 dias e, se for o caso, julgar para conden�-la em definitivo ou absolv�-la. Para conden�-la, s�o necess�rios, ao menos 54 dos 81 votos dos senadores.
Segundo o peemedebista, o ex-presidente n�o fez qualquer pedido a ele na conversa que tiveram esta tarde. Ele tamb�m disse que Lula tampouco demonstrou preocupa��o com o processo de afastamento da presidente. "Ele (Lula) mais do que qualquer um sabe que tenho uma condu��o de absoluta isen��o e imparcialidade neste processo", destacou.
Cr�tico de a��es da Opera��o Lava-Jato, da qual � alvo de sete inqu�ritos no Supremo Tribunal Federal, o presidente do Senado mandou um recado indireto ao Judici�rio ao destacar que os poderes precisam ser independentes. "Se tiver algum poder no Brasil pensando em grilar as fun��es dos outros poderes, sem d�vida nenhuma ele estar� agravando a crise e ter� como consequ�ncia problemas institucionais. Eu acho que a responsabilidade, o equil�brio cobra de todos n�s que tenhamos bom senso", disse.
PMDB
Renan disse que, como presidente do Congresso, n�o substitui o diret�rio do PMDB. A legenda deve aprovar na pr�xima ter�a-feira, 29, o desembarque do governo. "Se o PMDB sair do governo, e eu digo isso com a autoridade de quem n�o participa do governo, se sair do governo e isso significar o agravamento da crise, � uma responsabilidade indevida que o PMDB dever� assumir", avisou.