Bras�lia, 22, 22 - Com a aus�ncia do relator Jovair Arantes (PTB-GO), o presidente da comiss�o especial do impeachment, o deputado Rog�rio Rosso (PSD-DF) decidiu fazer apenas uma reuni�o administrativa nesta quarta-feira, 23, com consultores legislativos. O objetivo � triar os 65 requerimentos protocolados at� agora.
Em seu plano de trabalho, o relator prop�s que a comiss�o deve se ater agora � oitiva dos autores do pedido de impeachment e do procurador do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), J�lio Marcelo de Oliveira. Jovair sugeriu que a comiss�o se concentrasse na discuss�o t�cnica das chamadas "pedaladas fiscais" e se mostrou contr�rio a chamar convidados que fa�am debate pol�tico em defesa do impeachment na comiss�o.
H� convites para que sejam chamados os ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, o senador Delc�dio Amaral (sem partido-MS), o ministro Jaques Wagner, ex-ministros de Estado e presidentes e ex-presidentes de bancos p�blicos. Nesta quinta-feira, 24, o relator n�o participar� da reuni�o devido a problemas de sa�de de sua filha.
Recuo
Diante da press�o dos aliados do governo, a oposi��o recuou no discurso de defender a inclus�o da dela��o premiada de Delc�dio aos autos. "Demos uma segurada para n�o cair na armadilha da judicializa��o", afirmou o l�der da oposi��o no Congresso, deputado Mendon�a Filho (DEM-PE).
Durante toda a sess�o, a c�pula da comiss�o deixou claro a preocupa��o com as amea�as de a��es judiciais contra a condu��o do processo de impeachment. Mais cedo, Rosso disse que prima pela seguran�a jur�dica dos trabalhos e que gostaria de evitar questionamentos futuros na Justi�a.
A oposi��o acredita que a judicializa��o � uma forma de protelar o andamento dos trabalhos, mas aposta que n�o h� for�a jur�dica capaz de impedir o impeachment. "Ou eles colocam os 172 (votos contra o afastamento) ou ela ser� impedida", concluiu Mendon�a.
Plen�rio
L�deres partid�rios d�o como certo a vota��o do impeachment de Dilma Rousseff em sess�o no plen�rio a ser realizada num domingo, ainda sem data marcada. Se n�o houver a��es judiciais, o impeachment pode ser votado no plen�rio em meados de abril.
Deputados relataram que o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), est� irredut�vel sobre votar o afastamento da petista num fim de semana, de modo a estimular a presen�a maci�a de manifestantes no gramado do Congresso Nacional para pressionar os deputados. Os oposicionistas aprovam a ideia. "Vai ser uma data hist�rica", disse Mendon�a.
Nos bastidores, parlamentares governistas falam em faltar � sess�o de vota��o do impeachment. Os deputados argumentam que, diante da press�o da transmiss�o em rede nacional e dos protestos de rua, seria dif�cil expor seu voto no microfone. Em ano de elei��o municipal, eles n�o querem desagradar o eleitorado e j� buscam desculpas para n�o estar em Bras�lia no dia da vota��o.