S�o Paulo, 23 - A Pol�cia Federal apreendeu com o presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa da Silva J�nior, um "termo de ajuste" assinado por ele e dois executivos da Andrade Gutierrez e da Camargo Corr�a - tr�s empreiteiras acusadas de cartel e corrup��o na Petrobras. O documento de 2002 tem oito itens com acertos entre as partes referentes a obras p�blicas, como no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos.
O documento � de dezembro de 2002 e foi anexado junto com a superplanilha de doa��es da Odebrecht, dentro do procedimento da Opera��o Acaraj�, deflagrada em 22 de fevereiro - que tinha como alvo o marqueteiro do PT Jo�o Santana. Ele foi indiciado nesta ter�a-feira, 22, pela PF pelo recebimento de US$ 7,5 milh�es em conta secreta na Su��a. Os valores teriam como origem o cartel que atuava na Petrobras, entre as empresas a Odebrecht, que repassou US$ 3 milh�es do total.
O documento em poder do executivo da Odebrecht indica aos investigadores da Lava Jato composi��es de neg�cios entre as tr�s empresas concorrentes. Cita compromisso entre "CC", Camargo, e "CNO", Odebrecht por causa de "Campos novos" e "Licita��o em BSB", o "acordo de Palmas", "prefer�ncia na escolha de lote no projeto CMSP Linha 4", o "contrato de Cumbica - P�tio TPS-3 ou 3� pista", entre outros.
O documento pode ajudar a for�a-tarefa da Lava Jato nas acusa��es que devem come�ar a ser montadas neste ano de cartel contra empreiteiras acusadas de fraudes e desvios na Petrobras. At� aqui, as a��es penais imputam aos acusados os crimes de corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa. Falta o pacote de processos por cartel e fraudes licitat�rias.
Na ter�a-feira, 22, a PF deflagrou a 26� fase da Lava Jato, em decorr�ncia das descobertas feitas anteriormente na fase 23, Acaraj�. A partir do repasse de valores suspeitos ao marqueteiro do PT, a Lava Jato chegou � secret�ria Maria Lucia Tavares, que era uma das respons�veis pelos pagamentos de propina da Odebrecht. Presa desde o dia 22 de fevereiro, ela fechou dela��o premiada e levou os investigadores a um departamento montado na empresa para cuidar dos pagamentos e da contabilidade da corrup��o.
Todo departamento de pagamentos paralelos teria sido organizado sob controle do presidente afastado Marcelo Bahia Odebrecht, que na ter�a-feira anunciou sua inten��o de fechar colabora��o. Odebrecht est� preso desde 19 de junho de 2015 em Curitiba. Ele foi condenado no m�s passado pelo juiz federal S�rgio Moro a 19 anos de pris�o. Na ter�a-feira foi confirmado pelo grupo que os executivos est�o negociando acordo de colabora��o com a Lava Jato.
Das tr�s empreiteiras, executivos da Andrade Gutierrez e da Camargo Corr�a fecharam acordo de colabora��o premiada com a Lava Jato.