
Em visita �s obras de infraestrutura de solo para opera��o de sat�lite no Centro de Opera��es Espaciais, em Bras�lia, Dilma reafirmou o discurso que vem fazendo h� alguns dias para reaproximar o governo do partido. “N�s queremos muito que o PMDB permane�a no governo. Tenho certeza que meus ministros t�m compromisso com o governo”, disse Dilma, e completou: “O presidente Lula n�o est� tratando disso”.
Apesar da press�o dos ministros e de senadores peemedebistas para adiar a reuni�o do diret�rio nacional do partido que dever� definir pelo desembarque do governo Dilma, o presidente da legenda, Michel Temer, decidiu manter o encontro para a pr�xima ter�a-feira. Ele estar� em Portugal e a discuss�o em torno da ruptura ser� conduzida pelo vice-presidente do PMDB, senador Romero Juc� (RR), dos maiores defensores do desembarque. Dilma e o ex-presidente Lula estavam pessoalmente empenhados neste adiamento. Lula se reuniu ontem com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e com o ex-presidente Jos� Sarney.
Dilma tamb�m agiu ao reunir os sete ministros peemedebistas e determinar que ajudassem na defesa interna do adiamento do desembarque. Na segunda-feira, Dilma falou por telefone com Renan, onde fez o mesmo apelo. O esfor�o do Planalto encontra amparo em parte dos peemedebistas. Renan demonstrou irrita��o ontem com a manuten��o da reuni�o do PMDB para o dia 29. Aliado do Pal�cio do Planalto, Renan defende o adiamento do encontro e, ir�nico, disse que se acham importante que uma corrente supere a outra, que realizem a reuni�o. “Se o pessoal acha que � t�o importante essa decis�o, que o PMDB tem sim que assumir a responsabilidade da crise, do agravamento da crise, tem que realiz�-la (a reuni�o). O PMDB � um partido grande, democr�tico, n�o tem dono. Ent�o, se � preciso decidir para que uma corrente suplante a outra, n�o � o melhor exerc�cio para o partido. Mas, se eles acham isso, deve acontecer”, disse Renan.
Os ministros peemedebistas Celso Pansera, da Ci�ncia e Tecnologia, e Marcelo Castro, da Sa�de, afirmaram que, se preciso, voltar�o � C�mara para votar contra o impeachment de Dilma. Castro repetiu o que disse Renan e afirmou que o nome do processo “n�o � impeachment”, mas evitou usar o termo “golpe”. Pansera, por sua vez, disse que os ministros da sigla no governo fariam uma reuni�o ainda ontem.
Quanto ao imbr�glio que envolve Lula e a Casa Civil, que deve se estender por mais uma semana, Dilma afirmou que est� lutando para que o ex-presidente seja o titular da pasta. “N�o s� acredito como estou lutando para tal” - disse a presidente, ao ser questionada se ela acredita que Lula voltar� ao Planalto como ministro. Dilma disse que achou “importante” a decis�o do ministro do Supremo que passou para o STF as investiga��es contra o ex-presidente Lula.
O presidente da comiss�o especial do impeachment, deputado Rog�rio Rosso (PSD-DF), afirmou que vai pedir uma audi�ncia informal no Supremo Tribunal Federal (STF) para tirar d�vidas sobre a condu��o dos trabalhos na C�mara.
Rosso disse que gostaria de se reunir segunda-feira, junto com o relator Jovair Arantes (PTB-GO), com o presidente da Corte, ministro Ricardo Lewandowski, ou com o ministro Lu�s Roberto Barroso, para esclarecer os limites da comiss�o processante dentro do que � previsto pela Constitui��o.
NOVO PEDIDO
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, entregar� � C�mara, na segunda-feira, novo pedido de impeachment de Dilma. Entre os motivos est�o as “pedaladas fiscais”, a ren�ncia fiscal em favor da Fifa e a inten��o de beneficiar o ex-presidente Lula na Lava-Jato, dando ao petista cargo que d� direito ao foro privilegiado.
O novo pedido de impeachment cita o artigo 85 da Constitui��o, que estipula crime de responsabilidade quando o presidente da Rep�blica pratica atos contra o livre exerc�cio de algum dos poderes, contra a probidade na administra��o, contra a lei or�ament�ria ou contra o cumprimento das leis e das decis�es judiciais.
A�cio critica
O presidente nacional do PSDB, senador A�cio Neves, criticou ontem o envio de telegramas por parte de um funcion�rio do Itamaraty para todas as embaixadas do Brasil no exterior alertando para a possibilidade de um “golpe’ pol�tico no pa�s. Para ele, o governo tentar criar um discurso “alarmista” e “distante da realidade”. “� inaceit�vel a forma como a presidente Dilma tem usado instrumentos do Estado para se manter no governo”, afirmou A�cio. Para o tucano, a manifesta��o demonstra que Dilma n�o tem mais argumentos para se defender e busca criar um “estado golpista” no pa�s. Segundo ele, n�o vai ser com “amea�a” e atitudes antirrepublicanas que o governo resolver� a crise. A�cio afirmou que o processo de impeachment da presidente teve o rito aprovado pelo Supremo e a pr�pria bancada do PT chancelou o processo ao aprovar os integrantes da comiss�o especial da C�mara.