Curitiba- A Pol�cia Federal (PF) indiciou o marqueteiro Jo�o Santana, a mulher dele, M�nica Moura, e outras seis pessoas na Opera��o Lava-Jato. Em relat�rio parcial da investiga��o, entregue na noite de ontem � Justi�a Federal, a PF atribuiu ao casal de publicit�rios os crimes de lavagem de dinheiro, manuten��o de valores n�o declarados no exterior, corrup��o passiva e organiza��o criminosa. O casal est� preso desde 23 de fevereiro, na Superintend�ncia da PF, em Curitiba. O marqueteiro fez as campanhas vitoriosas � Presid�ncia da Rep�blica de Luiz In�cio Lula da Silva, em 2006, e de Dilma Rousseff, em 2010 e 2014, al�m de ter auxiliado outros candidatos do PT que tentavam ser prefeitos ou governadores nos �ltimos anos.
O casal Santana � acusado de receber R$ 21,5 milh�es da Odebrecht depois das elei��es de 2014 e de ter ganho US$ 7,5 milh�es no exterior - os valores sa�ram da empreiteira e de um operador de propinas que atuava para conseguir contratos com a Petrobras. Os investigados est�o no inqu�rito da 23ª fase da Opera��o Lava-Jato, denominada “Acaraj�”.
Entre 30 de outubro de 2014 e 22 de maio de 2015, o casal Santana � acusado de receber R$ 21,5 milh�es da Odebrecht por meio de repasses feitos dentro do Brasil. Os valores aparecem em planilhas apreendidas com a ex-secret�ria da Odebrecht Maria L�cia Tavares, em que o casal Santana � apelidado de “Feira”. Maria L�cia trabalhou em um setor da companhia que, segundo a for�a-tarefa da Lava-Jato, foi criado para repassar propinas. No exterior, a empreiteira teria enviado ao casal Santana US$ 3 milh�es entre 2012 e 2013 por meio de uma transa��o entre as offshores Klienfeld Services e Shellbill.
O casal recebeu mais US$ 4,5 milh�es no exterior entre 2012 e 2014. O dinheiro foi depositado na mesma Shellbill pela Deep Sea Oil, empresa de Swi Skornicki, apontado como operador de pagamento de propinas para funcion�rios da Petrobras em nome do estaleiro Keppel Fels, dono de contratos milion�rios com a estatal. Em depoimento aos policiais, Jo�o e M�nica negaram os crimes. A defesa do publicit�rio alega que tanto os valores recebidos da Odebrecht, quanto aqueles doados por Skornicki s�o oriundos de campanhas eleitorais realizadas no exterior - Santana trabalhou em Angola, Venezuela e Rep�blica Dominicana. Em seu relat�rio, o delegado M�rcio Anselmo afirma que “n�o foi apresentado qualquer ind�cio que corrobore tal afirma��o.”
CONTA A PF tamb�m descobriu que, em 22 de fevereiro, dia em que foi deflagrada a Opera��o Acaraj�, 23ª fase da Lava-Jato,
Santana excluiu sua conta no Dropbox, aplicativo para armazenamento de documentos na internet. Para a PF, isso foi uma “clara tentativa de eliminar eventuais elementos probat�rios relevantes que ali pudessem ser encontrados”.
Tamb�m foram indiciados nesta ter�a-feira o operador Swi Skornicki, seu filho Bruno e sua mulher, Eloisa, que trabalhavam com ele. A investiga��o mostrou que, al�m de pagar dinheiro no exterior para o casal Santana, Skornicki repassou propina para tr�s ex-diretores da Petrobras. Ele representava a empresa Keppel Fels, que participou da constru��o de seis plataformas de petr�leo para a estatal.
