O ex-assessor especial da Presid�ncia Rog�rio Aur�lio Pimentel disse � Pol�cia Federal que a ex-primeira dama Maria Let�cia Lula da Silva sempre pedia informa��es sobre as obras no s�tio Santa B�rbara, localizado no munic�pio de Atibaia (SP). Segundo ele, havia preocupa��o com o t�rmino do mandato do ent�o presidente Lula, em 2010, ‘e a disponibiliza��o de um local para a guarda dos bens pessoais do presidente’.
Pimentel dep�s dia 4 de mar�o na Opera��o Aletheia, desdobramento da Lava Jato que pegou Lula e o conduziu coercitivamente para uma sala no Aeroporto de Congonhas - os investigadores suspeitam que Lula � o verdadeiro dono do Santa B�rbara, o que � negado veementemente por seus defensores.
O s�tio passou por uma ampla reforma e instala��o de melhorias no �ltimo ano do segundo mandato do petista (2007/2010). A for�a-tarefa da Lava Jato est� convencida que duas empreiteiras, OAS e Odebrecht, foram as respons�veis pelas mudan�as na propriedade. OAS e Odebrecht teriam sido privilegiadas por meio de contratos bilion�rios com a Petrobras entre 2004 e 2014 (governos Lula e Dilma).
“Que sempre quem queria saber informa��es a respeito do andamento da obra era a dona Marisa e o declarante era quem prestava informa��es a respeito do ritmo das obras, devido � preocupa��o com o t�rmino do mandato presidencial e a disponibiliza��o de um local para a guarda dos bens pessoais do presidente”, relatou Pimentel, que exerceu a fun��o de assessor especial desde janeiro de 2003 at� 2011 - antes, foi chefe do Almoxarifado da Prefeitura de Mau�, na Grande S�o Paulo.
Ele disse que ‘n�o sabe’ quem arcou com o custo da obra no s�tio. Mas indicou um certo ‘Frederico”, que os investigadores acreditam ser engenheiro da Odebrecht e trabalhou nas obras do Itaquer�o, o est�dio do Corinthians que foi palco da abertura da Copa do Mundo/14. “Frederico se apresentou como o engenheiro que passaria a ser respons�vel pela obra no s�tio, por�m n�o se apresentou como funcion�rio de nenhuma empresa”, relatou Pimentel.
O ex-assessor especial resumiu a obra (‘constru��o de bloco de quatro su�tes, bem como a reforma da piscina’) e revela que levou ‘envelopes com dinheiro’ para efetuar pagamentos em um dep�sito de materiais de constru��o. “N�o sabe dizer quem pagava pelos custos dos materiais comprados e usados na obra. Chegou por duas vezes levar envelopes com dinheiro para pagar no dep�sito de materiais de constru��o, pelos materiais usados na obra, sendo que recebia os envelopes com o dinheiro da pessoa de Frederico e entregava os envelopes ao respons�vel pelo dep�sito.”
Rog�rio Pimentel diz que ‘n�o sabia qual era o valor, pois recebia um envelope com o dinheiro e deixava o envelope no dep�sito de materiais’.
“Que fez estes dois pagamentos para prestar um favor para Frederico. Nunca chegou a entregar ou deixar dinheiro no s�tio para pagamento de pedreiros ou empregados dali.”
Pimentel disse que ‘exercia uma fun��o como de office-boy pois recebia ordens e cumpria, sem fazer muitos questionamentos’.
Afirmou saber que os filhos do ex-presidente frequentavam o s�tio, ‘por�m nunca os encontrou pessoalmente ali’. “Conheceu Frederico no final de 2010 pois havia uma obra em andamento no s�tio, tocada pelo arquiteto Igenes, por�m n�o andava no ritmo desejado, e ent�o foi encaminhado para acompanhar a obra no s�tio, e disseram que seria acompanhado por um novo engenheiro, no caso em que conheceu a pessoa de Frederico. Desde ent�o Igenes saiu da obra, Frederico se apresentou como o engenheiro que passaria a ser respons�vel pela obra no s�tio, por�m n�o se apresentou como funcion�rio de nenhuma empresa. Desde ent�o, Frederico tocou a obra at� o seu final. Em nenhum momento Frederico
Pimentel esclareceu que na �poca da obra ainda era assessor da Presid�ncia da Rep�blica e seu regime de trabalho era uma semana em Bras�lia e uma semana em S�o Paulo. “Sempre que estava em S�o Paulo recebia as ordens da Dona Marisa para ver o andamento e o ritmo da obra.”
Ele contou � PF que foi nomeado assessor especial de Lula ‘pois gozava, de certa forma, de confian�a por parte dele’. “Que exercia suas fun��es diretamente no gabinete da Presid�ncia, sendo que no mandato do presidente Lula trabalhava diretamente com ele e com o Gabinete da primeira-dama Marisa.”.
Pimentel disse que conhece Elcio Pereira Viana, mais conhecido pela alcuna de ‘Maradona’, caseiro do s�tio de Atibaia. “Que ligou algumas vezes para o Maradona, questionando a respeito do andamento da obra do s�tio de Atibaia.”
O ex-assessor contou � PF que no final de 2010 Maradona lhe foi apresentado pelo empres�rio Fernando Bittar, s�cio de Jonas Suassuna - ambos, Bittar e Suassuna, afirmam ser os propriet�rios do Santa B�rbara.
Ele disse que foi apresentado a Maradona ‘a pedido de Dona Marisa’.
Segundo Pimentel, a ex-primeira dama lhe disse que ‘tinha muitos presentes e bens materiais do presidente Lula que necessitavam de um local para serem guardados’. Fernando Bitar teria oferecido o s�tio para guardar parte do material. Afirmou conhecer Bitar ‘h� muitos anos, desde meados de 1990, pois ele j� era amigo do presidente Lula e da dona Marisa’.
“Que n�o sabe quem determinou a reforma do s�tio, por�m quem determinou ao declarante que acompanhasse o andamento da obra no s�tio foi a Dona Marisa”, declarou. Pimentel acrescentou que Fernando Bittar seria ‘o �nico dono’ do s�tio, mas n�o soube informar ‘quantas vezes e como Fernando ia visitar o s�tio, pois n�o ficava no local’.
“Em todas as vezes que foi ao s�tio em Atibaia nunca esteve acompanhado pelo presidente Lula, nem da dona Marisa, e nem dos filhos do presidente. Soube por diversos meios que o presidente Lula e a dona Marisa tinham ido algumas vezes no s�tio, por�m nunca esteve com eles no s�tio. Em nenhum momento o presidente Lula e dona Marisa comentavam serem donos do s�tio em Atibaia.”