Bras�lia - O ex-deputado e ex-presidente do PP Pedro Corr�a (PE), condenado no mensal�o e no esc�ndalo da Petrobras, fez acordo de dela��o premiada, ainda n�o homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na qual cita pol�ticos de v�rios partidos e aponta esquema de corrup��o nas gest�es petistas e no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a dela��o foi negociada por quase oito meses com a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR). Um dos motivos para a demora na negocia��o seria o fato de haver pouca prova documental nas informa��es trazidas por ele contra os citados.
A colabora��o do ex-parlamentar tem 70 anexos. Corr�a cita o pagamento de propina ao ex-deputado e atual ministro do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) Augusto Nardes. Os repasses teriam sido feitos entre 2003 e 2005, quando Nardes era deputado federal pelo PP, mesmo partido de Corr�a. A propina seria arrecadada pelo deputado Jos� Janene, que morreu em 2010. O delator afirma que quando Nardes foi nomeado ministro do TCU, em 2005, um recibo que comprovava o pagamento da propina em valores entre R$ 10 mil e R$ 20 mil foi destru�do.
Existem tamb�m anexos sobre o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e a presidente Dilma. Em um dos cap�tulos sobre Lula, Corr�a traz relatos sobre uma conversa entre o petista e o ent�o presidente da Petrobras Jos� Eduardo Dutra, que morreu no ano passado, para tratar da nomea��o de Paulo Roberto Costa como diretor da estatal. O ex-dirigente partid�rio cita tamb�m Andrea Neves, irm� do presidente do PSDB, A�cio Neves, como operadora de propina. Uma das principais assessoras de A�cio, Andrea foi inclu�da como a respons�vel por conduzir as movimenta��es financeiras ligadas ao senador.
Um dos anexos tamb�m cita o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que, segundo Corr�a, recebeu dinheiro de empresas para aprovar o projeto que permitiu a sua reelei��o. O banqueiro Olavo Set�bal, do Ita�, que morreu em 2008, � citado como um dos que participaram do esquema. De acordo com o jornal, o anexo sobre o tema diz: “Olavo Set�bal dava bilhetes a parlamentares que acabavam de votar, para que se encaminhassem a um doleiro em Bras�lia e recebessem propinas em d�lares americanos”.
Todos os citados negam as acusa��es feitas por Pedro Corr�a. O ministro Augusto Nardes, do TCU, classificou as refer�ncias a seu nome como “retalia��o” de Corr�a, de quem seria advers�rio pol�tico dentro do PP. O Instituto Lula reafirmou que n�o comenta “falat�rios” e que “quem quiser levantar suspeitas em rela��o a Lula que apresente provas”.
Em nota, a assessoria de imprensa do senador A�cio Neves informou que Andrea Neves n�o conhece e jamais teve qualquer tipo de contato com Corr�a. “O senador repudia com veem�ncia as absurdas e falsas acusa��es mais uma vez repetidas, sem ind�cios que possam minimamente comprov�-las. O senador reitera a sua confian�a de que o trabalho do Minist�rio P�blico e da Justi�a possa esclarecer quais s�o as den�ncias verdadeiras e aquelas que t�m unicamente o objetivo de tumultuar as investiga��es da Opera��o Lava-Jato e confundir a opini�o p�blica”, conclui a nota. J� o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chamou de “rid�cula” a cita��o a seu nome. E o presidente do Ita�, Roberto Set�bal, afirmou que seu pai era um homem “absolutamente �tico” e que jamais se envolveu nas a��es “covardemente” citadas por Corr�a.
CONDENADO Pedro Corr�a foi condenado pela Justi�a Federal do Paran� a 20 anos, sete meses e 10 dias de pris�o em outubro do ano passado por corrup��o e lavagem de dinheiro. Em dezembro, o juiz S�rgio Moro reduziu a senten�a para 20 anos, tr�s meses e 10 dias de reclus�o. Moro disse que ele recebeu pelo menos R$ 11,7 milh�es do esquema da Petrobras. Corr�a j� havia sido condenado em 2013 no esquema do mensal�o a nove anos e cinco meses por forma��o de quadrilha, corrup��o passiva e lavagem de dinheiro.