S�o Paulo, 26 - Dentre as planilhas com nomes de pol�ticos e anota��es encontradas na resid�ncia do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa, que aparece em v�rios documentos e mensagens de executivos da empreiteiras identificado pela sigla BJ, a Pol�cia Federal encontrou uma anota��o que faz refer�ncia ao pagamento de 5% do valor de um contrato das obras da rodovia Mogi-Dutra do governo Geraldo Alckmin (PSDB) em S�o Paulo, em 2002, para um nome identificado como �santo�.
No texto escrito em uma folha de caderno, h� a refer�ncia ao �valor da obra�, no total de R$ 68,7 milh�es e, logo abaixo a express�o �custos c/ santo = 3.436.500?. A palavra �ap�stolo� foi rasurada e substitu�da por �santo�.
Em fevereiro daquele ano, um dia depois da abertura dos envelopes, o deputado estadual Lu�s Carlos Gondim (ent�o PV, atualmente no Solidariedade), que tem base eleitoral na regi�o de Mogi das Cruzes, anunciou o resultado da licita��o vencida pela Construtora Queiroz Galv�o, com o menor pre�o, de R$ 68,6 milh�es.
Na abertura dos envelopes em 2002, a Andrade Gutierrez, a OAS e a Odebrecht apresentaram propostas acima de R$ 70 milh�es e foram derrotadas.
O material encontrado na opera��o Acaraj�, 23� fase da Lava Jato, ainda n�o foi completamente analisado pela Pol�cia Federal. O pr�prio juiz S�rgio Moro, ao decretar sigilo no material encontrado nas investiga��es e que podem envolvem pol�ticos com foro privilegiado em atos il�citos, assinalou que � �prematura� qualquer conclus�o sobre o que foi encontrado na resid�ncia do executivo da Odebrecht.
O material, incluindo a planilha com nomes de mais de 200 pol�ticos associados a pagamentos , que em grande parte n�o batem com os valores declarados � Justi�a Eleitoral, deve ser encaminhado ao Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira, 28.
A Odebrecht Infraestrutura, presidida por Benedicto Barbosa, era uma das empresas do Grupo Odebrecht que cuidava de licita��es envolvendo obras p�blicas em todo o Pa�s. O or�amento da empresa corresponde a 20% do or�amento da Construtora Norberto Odebrecht, segundo afirmou o pr�prio executivo � Pol�cia Federal, e n�o participa de licita��es na Petrobr�s, o que abre o leque das investiga��es da Lava Jato para outros setores da administra��o p�blica federal e tamb�m nos Estados.
Por meio de nota divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, a assessoria do governador de S�o Paulo disse que n�o faria coment�rios sobre o manuscrito que indica a a��o de cartel e o suposto pagamento de propina na obra de duplica��o da rodovia Mogi-Dutra.
�Quem tem que explicar as anota��es mencionadas pela reportagem � quem as fez. A licita��o para a referida obra foi vencida pela empresa Queiroz Galv�o�, diz.
C�pia da anota��o, que foi apreendida pela Pol�cia Federal em fevereiro, foi encaminhada para o �rg�o de controle interno no governo estadual, segundo a assessoria.
�Como a regra do governo do Estado � a total transpar�ncia, o documento foi enviado para apura��o da Corregedoria Geral da Administra��o�, disse a nota.