S�o Paulo, 28, 28 - O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva disse, em entrevista coletiva nesta segunda-feira � imprensa internacional, que imaginava que a oposi��o faria cr�ticas � sua indica��o para o minist�rio da Casa Civil, mas n�o imaginou que haveria um recurso ao Judici�rio, com um recurso aceito t�o rapidamente pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). "Tinha consci�ncia que os tucanos n�o iam gostar da minha ida pro governo. Pensava que iam fazer uma cr�tica, um discurso, mas foram diretamente ao ministro Gilmar pedir pra vetar, foi o veto mais r�pido poss�vel. Espero que no Brasil a gente tenha um dia as coisas 'pr�' aprovadas com a mesma rapidez. Mas estou tranquilo, s� n�o quero ser intruso", disse aos correspondentes de ve�culos estrangeiros.
Lula foi nomeado dia 16 para o cargo. No dia 18, Mendes suspendeu a nomea��o, aceitando monocraticamente o pedido do mandado de seguran�a de dois partidos da oposi��o, PSDB e PPS, que alegavam que Lula havia tomado posse para ganhar foro privilegiado e ser julgado pelo Supremo. Mendes remeteu as investiga��es para primeira inst�ncia, sob comando do juiz S�rgio Moro em Curitiba. No dia 23, o ministro Teori Zavascki, relator da Opera��o Lava Jato no Supremo, determinou que o juiz S�rgio Moro enviasse � Corte os processos que envolvem o ex-presidente Lula. A decis�o, por�m, n�o anulou a liminar concedida por Gilmar Mendes que suspendeu a nomea��o do petista para Casa Civil. A quest�o da nomea��o deve ser decidida no plen�rio do STF nesta semana.
Na coletiva de hoje, Lula disse que quer "ouvir mais gente" e "compartilhar decis�es". Ele refor�ou que s� pretende ajudar o governo de sua sucessora Dilma Rousseff. "Imaginava contribuir, tenho boa experi�ncia para contribuir, mas vamos aguardar. Se a presidenta Dilma quiser, me disponho a ser do Desenvolvimento Econ�mico e Social. N�o quero sal�rio, n�o quero status de ministro, quero apenas ajudar", disse. E afirmou que, se for ministro, far� reuni�o todos os dias para tirar o Pa�s do "sufoco". "Se eu for, reuni�o toda semana, acabou aquele neg�cio de reuni�o a cada tr�s meses, vai ser a cada tr�s horas. Que � pra gente tentar sair do sufoco que a gente est� vivendo."
Lula disse ter convic��o de que pode contribuir com o Pa�s e mudar o "humor" para dar uma guinada na economia. "Tenho convic��o que posso contribuir, que em poucos meses � poss�vel mudar o humor desse Pa�s. Se a gente mudar o humor, no outro dia voc� muda a economia. A sociedade est� muito azeda", disse o ex-presidente em um trecho da coletiva que durou cerca de duas horas.