Para barrar impeachment, governo quer destacar la�os entre Temer e Cunha

Bras�lia, 28 - Prestes a perder o apoio do PMDB, o governo decidiu subir o tom e enfrentar o que chama de "conspira��o" do vice Michel Temer contra a presidente Dilma Rousseff. A ordem no Pal�cio do Planalto � mostrar a liga��o entre Temer e o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que � r�u da Lava Jato. Com a nova estrat�gia, o governo espera fragilizar o discurso da unifica��o nacional entoado por Temer.

Foi por este motivo que o l�der do governo na C�mara, Jos� Guimar�es (PT-CE), acusou Temer de estar "no comando do golpe". Na mesma linha, o l�der do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse nesta segunda-feira, 28, que Temer "seguramente ser� o pr�ximo a cair" se Dilma for deposta pelo impeachment "golpista".

"N�o pense que os que hoje saem organizados para pedir 'Fora, Dilma' v�o �s ruas para dizer 'Fica, Temer', para defend�-lo. N�o! Depois de arrancarem, com um golpe constitucional, a presidenta da cadeira que ela conquistou pelo voto popular, essa gente vai para casa porque estar� cumprida a sua vingan�a e porque n�o lhe tem apre�o algum. E, seguramente, Vossa Excel�ncia ser� o pr�ximo a cair", afirmou Costa, da tribuna do Senado.

O Pal�cio do Planalto sabe que perdeu a batalha da comunica��o, mas, na estrat�gia do "tudo ou nada", pretende lan�ar algumas d�vidas na popula��o e um dos planos � justamente mostrar que Temer e Cunha s�o "parceiros" e "benefici�rios" do impeachment.

Na pr�tica, o governo j� d� como certo o desembarque do PMDB da equipe, mas atua para conquistar votos "avulsos", com o objetivo de barrar o impeachment na C�mara, pois n�o cr� que o partido saia em bloco.

A reuni�o do Diret�rio Nacional do PMDB que deve aprovar o rompimento com o governo ser� realizada nesta ter�a-feira, 29, em Bras�lia. Os sete ministros do partido querem permanecer na Esplanada e alguns falam at� em se licenciar do PMDB.

De qualquer forma, sem o PMDB a situa��o de Dilma se agrava ainda mais, uma vez que a prov�vel decis�o tende a provocar "efeito domin�" e outros partidos aliados, como o PSD, o PP e o PR, j� amea�am abandonar o Planalto.

Em conversas reservadas, Dilma tem mostrado inconformismo com o fato de Cunha, r�u no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de corrup��o na Petrobras, conduzir o processo que pode levar a seu afastamento.