Cunha diz que n�o pretende despachar pedido de impeachment da OAB agora

Bras�lia, 28, 28 - O presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse na noite desta segunda-feira, 28, que n�o pretende despachar agora o novo pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff protocolado hoje pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Segundo Cunha, n�o caberia juridicamente o acolhimento de dois pedidos de impeachment com caracter�sticas semelhantes e tramitando simultaneamente.

O peemedebista deixou claro que a prioridade � dar seguimento ao pedido j� em an�lise pela comiss�o especial e aguardar seu resultado. Se futuramente o pedido da OAB for deferido, ser� preciso instalar nova comiss�o especial.

Cunha lembrou que h� mais de uma dezena de pedidos aguardando an�lise na Casa. "Toda hora entra pedido de impeachment, � uma coisa que parece que virou usual nesse mandato", afirmou.

O presidente da Casa destacou que vai tratar o pedido da OAB da mesma forma que tratar� os demais da fila. "A Ordem veio um pouquinho atrasada, n�? O pedido de impeachment est� tramitando aqui h� bastante tempo. Ela (OAB) n�o veio com protagonismo, veio com retardo", declarou.

Para ele, os protestos no protocolo do pedido da OAB hoje demonstram que a situa��o est� "ganhando o contorno das ruas, dos dois lados", deixando o clima mais acirrado. Apesar de afirmar que a vota��o no plen�rio da Casa obedecer� os prazos estabelecidos legalmente, o peemedebista n�o descartou a possibilidade de colocar o impeachment em vota��o em um fim de semana, provavelmente antes do fim de abril. Cunha disse que "o dia que cair (a vota��o) caiu". "Qualquer dia (da vota��o) ser� temer�rio. Qualquer que seja o dia, o Pa�s vai parar", concluiu.

Na quinta sess�o do prazo para que a presidente Dilma Rousseff apresente sua defesa, Cunha anunciou que respondeu a recurso do deputado Arnaldo Faria de S� (PTB-SP), contra a decis�o do colegiado de retirar dos autos a dela��o do senador Delc�dio Amaral (sem partido-MS). Cunha manteve a decis�o do presidente da comiss�o, deputado Rog�rio Rosso (PSD-DF) de deixar a dela��o de fora.

Exame da Ordem

Autor de um projeto que acaba com o exame da OAB, Cunha foi pressionado nesta tarde por parlamentares governistas para colocar a proposta em pauta. "Acho um absurdo exame da Ordem", enfatizou. Ele lembrou, no entanto, que j� existe na pauta um projeto que determina elei��o direta para a entidade.

Apesar de defender a bandeira, Cunha disse que n�o vai deixar que o assunto seja usado como retalia��o dos governistas � entidade. "Se for por conota��o pol�tica, eu prefiro n�o votar", respondeu. "N�o � por retalia��o que vou me deixar usar por isso", emendou.

PMDB

Sobre a poss�vel sa�da do PMDB da base governista, Cunha disse que o partido n�o deve ser oposi��o e sim independente, e que o desembarque n�o interfere no processo de impeachment.

Em sua avalia��o, se a sigla confirmar a sa�da do governo, os ministros peemedebistas devem deixar seus cargos imediatamente. "Acho que vai ficar ruim para os ministros, vai parecer que eles est�o apegados aos cargos e que os cargos s�o mais importantes que os interesses partid�rios", respondeu.

Comiss�es

Na reuni�o com l�deres nesta tarde, foi discutido um projeto de resolu��o para redistribui��o dos espa�os nas comiss�es permanentes. A proposta ser� apresentada amanh�, 29, para distribuir os cargos de acordo com o tamanho das bancadas ap�s a janela partid�ria. Se o projeto n�o for aprovado, valer�o as bancadas da posse e a Mesa distribuir� o espa�o do PMB (que ficou com apenas um deputado) para os partidos que acolheram seus antigos filiados.