Bras�lia, 31 - O governo j� avalia que pode conseguir conquistar 190 votos para derrotar o impeachment na C�mara, apesar do rompimento anunciado pelo PMDB e de hoje ter no m�ximo 150 aliados. No Pal�cio do Planalto, o diagn�stico � de que, embora a situa��o seja muito dif�cil, a caneta da presidente Dilma Rousseff, "com tinta", come�a a fazer efeito na atra��o dos aliados e o PMDB deu um "tiro no p�".
Dilma recebeu nesta quarta-feira, 30, os seis ministros do PMDB e ficou surpresa com a disposi��o manifestada por eles de permanecer na equipe, um dia ap�s a c�pula do partido decidir que todos os filiados devem entregar os cargos. Por ora, eles ficar�o em seus postos, mas pode haver uma dan�a das cadeiras mais adiante.
Tudo est� dependendo das negocia��es com aliados do chamado centr�o, como PP, PR e PSD. Nos bastidores, auxiliares de Dilma diziam ontem que o vice-presidente Michel Temer brigou pelo div�rcio, mas agora seus disc�pulos n�o querem "desencarnar". At� agora, apenas Henrique Eduardo Alves, que � do PMDB e ligado a Temer, pediu demiss�o do Turismo.
Antes da decis�o dos ministros do PMDB, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva j� havia conversado com o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP. Na mesa estava a oferta do Minist�rio da Sa�de, o maior or�amento da Esplanada, hoje com o PMDB. Em troca, o governo quer que o PP consiga o maior n�mero de votos para barrar o impeachment no Congresso.
O PP � hoje a terceira maior bancada da C�mara, com 49 deputados, e j� comanda a Integra��o Nacional. Assumiria o papel de novo PMDB de Dilma.
Cobi�ados
O Minist�rio de Minas e Energia, controlado pelo PMDB, j� � cobi�ado pelo PR, que det�m Transportes. Na guerra para Dilma se manter no poder, o PT pode perder espa�o. A presid�ncia da Caixa Econ�mica e o Minist�rio da Educa��o, hoje com PT, s�o objeto do desejo de muitos partidos.
O ritmo do balc�o de neg�cios foi acelerado. Na opera��o de construir um "bloc�o" com PP, PR, PSD e PRB e um "bloquinho" com os nanicos PTN, PHS, PROS, PT do B, PSL e PEN, cargos eram negociados em alto e bom som, numa "feira livre" no Sal�o Verde da C�mara.
Na contabilidade do Planalto, Dilma tem entre 130 e 150 votos contra o impeachment, n�mero inferior aos 172 necess�rios. Mesmo computando mais trai��es, o governo acredita que, fechando acordo com PP e PR, atraindo dissidentes do PMDB e diminuindo resist�ncias no PSD do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, consegue derrubar o processo.
Impedido de despachar no Planalto ap�s ter a nomea��o como ministro suspensa pela Justi�a, Lula faz uma reuni�o atr�s da outra num hotel ao lado do Alvorada. O ex-presidente tem o mapa de cargos e est� conversando com deputados, senadores e dirigentes de partidos aliados. A tarefa � compartilhada com os ministros Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Jaques Wagner (Gabinete Pessoal). "Cada dia com sua agonia", costuma dizer Berzoini, quando questionado sobre o desfecho das negocia��es. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.