Bras�lia, 05 - A presidente Dilma Rousseff ironizou a proposta apresentada pelo senador Valdir Raupp, da executiva nacional do PMDB, de aprova��o de uma mudan�a na Constitui��o para que sejam realizadas elei��es gerais para todos os cargos em outubro deste ano. "S�o propostas. N�o recha�o, nem aceito, mas conven�a a C�mara e o Senado primeiro a abrir m�o dos seus mandatos e a� vem conversar comigo", declarou a presidente Dilma, em entrevista na manh� desta ter�a-feira, na Base A�rea de Bras�lia, onde visitou visita a aeronave KC-390 da Embraer. Dilma j� avisou v�rias vezes que n�o admite a hip�tese de renunciar ao seu cargo.
Na entrevista, a presidente disse ainda que n�o vai fazer nenhuma reforma ministerial antes da vota��o do pedido de impeachment contra ela no plen�rio da C�mara dos Deputados. "O Pal�cio do Planalto n�o pretende qualquer reestrutura��o antes de qualquer vota��o na C�mara. Especula��es sobre minist�rios, sobre mudan�as no governo, s�o absolutamente especula��es. Sem base de verdade", afirmou Dilma, que descartou ainda a possibilidade de o Minist�rio da Educa��o entrar nas negocia��es por cargos. "O MEC n�o est� em quest�o".
Para a presidente Dilma, estas "especula��es" s�o "extremamente nocivas" e criam "instabilidade" e � uma forma de "transformar factoide em realidade". Dilma n�o quis comentar se o PMDB perder� espa�o na Esplanada por causa da decis�o da dire��o do partido de sair do governo ou se o seu desembarque da base governista foi precipitada. "N�o avalio a��o de partido nenhum porque n�o � algo adequado".
A presidente reiterou seu "otimismo" em rela��o ao resultado da vota��o do processo de impeachment contra ela, no Congresso. "Sou uma pessoa que luta. Tenho o otimismo dos que lutam", desabafou ela, demonstrando confian�a de que derrubar� o processo no Plen�rio.
PT
Dilma discordou ainda de not�cias divulgadas na imprensa de que o PT teria sido o partido que mais perdeu prefeitos por causa das den�ncias. Segundo ela, na C�mara, por exemplo, isso n�o � verdade, porque o PT se manteve est�vel. "Eu n�o acho que tenha uma avalia��o perfeita de quem perdeu o qu�. Isso s� vai ser provado depois", comentou. Dilma reiterou ainda que a a��o do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em apressar o processo de impeachment contra ela, "� uma vingan�a". "Voc�s mesmos noticiaram isso", disse ela, sugerindo que os jornalistas procurassem o que publicaram sobre o assunto.
Segundo ela, propostas como essa s�o inconsistentes e aqueles que apostam no quanto pior melhor criam situa��o dif�cil para o Pa�s. "� p�blico e not�rio que existe um vaso comunicante entre a economia e a pol�tica. � p�blico e not�rio que h� no Brasil o pessoal que torce para o quanto pior melhor. O quanto pior para n�s todos, para a popula��o brasileira, quanto melhor para eles, que querem o poder. Que querem encurtar o caminho para o poder", afirmou.
Defesa
Dilma elogiou ainda a defesa feita pelo ministro da Advocacia-Geral da Uni�o, Jos� Eduardo Cardozo, em rela��o ao seu mandato, na comiss�o especial que avalia o impeachment na C�mara. "Eu concordo integralmente com ela (defesa), at� porque discuti bastante todos esses aspectos. Acho lament�vel essa quest�o em rela��o tanto aos decretos como � quest�o das chamadas pedaladas fiscais.
Acho que qualquer tentativa de transformar isso em motivo de impeachment � golpe. � golpe porque n�o tem base legal. Foi de forma, eu acho que, inequ�voca, e circunstanciada demonstrada pelo ministro Jos� Eduardo Cardozo".