Parlamentares e servidores fazem manifesta��o contra Cunha na C�mara

Bras�lia, 06 - Servidores e parlamentares da C�mara dos Deputados realizam nesta quarta-feira, 6, um protesto contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O ato � em resposta a um comunicado enviado ontem pela diretoria-geral, proibindo os funcion�rios de realizarem manifesta��es "de apre�o ou desapre�o" nas depend�ncias da institui��o. Segurando faixas e placas de "Fora, Cunha!" e "N�o vai ter golpe", os participantes usam morda�as para simbolizar o que consideram ser uma forma de cerceamento da liberdade de express�o.

O l�der do PT na C�mara, Afonso Florence (PT-BA), fez coro aos gritos que pediam o afastamento de Cunha, que, segundo ele, age de maneira parcial. Florence acusa o presidente da Casa de permitir a entrada de manifestantes oposicionistas, mas de coibir a manifesta��o dos que apoiam o governo. "S�o dois pesos e duas medidas sempre", comentou. No in�cio do ato, a deputada �rica Kokay (PT-DF) chamou Cunha de "tirano". Ela afirmou que funcion�rios est�o sendo amea�ados de serem fotografados e demitidos caso descumpram as regras.

Marco Maia (PT-RS), que j� foi presidente da Casa entre 2011 e 2012, disse que a proibi��o � um "exagero". "A C�mara � um espa�o de di�logo, de manifesta��o ativa dos cidad�os. O que a gente espera � que Cunha reveja essa decis�o. � preciso permitir o livre pensamento de qualquer cidad�o, seja ele servidor ou n�o. Na minha gest�o, tivemos diversos temas pol�micos, mas nunca chegamos a proibir nada". Sobre poss�veis confrontos, Maia considera que � uma quest�o de organiza��o. "N�o � proibindo que vamos evitar isso", disse o parlamentar.

Para Chico Alencar (PSOL-RJ), "est� acontecendo a nega��o da cidadania mais b�sica aos servidores". "Eu, que vivi no tempo da ditadura militar, acho que o que mais conta contra o ambiente democr�tico � o medo e a trucul�ncia. Cunha � a materializa��o disso. � um desastre. Ele deveria ser o primeiro a sofrer impeachment." J� a deputada Maria do Ros�rio (PT-RS) afirma que a medida vai contra a Constitui��o. "Tentar amorda�ar os servidores � o mesmo que dizer que eles n�o podem expressar sua opini�o pol�tica, o que � inconstitucional."

Na nota enviada pelo diretor-geral, Romulo de Sousa Mesquita, ele destaca que a proibi��o vem "de ordem do presidente da C�mara", com respaldo no artigo 37 da Constitui��o Federal e no artigo 16 do Regimento Interno da Casa. De acordo com o texto, "as manifesta��es s�o livres para os mesmos servidores, enquanto cidad�os, desde que fora da C�mara e do expediente de trabalho." No in�cio da semana passada, um novo pedido de impeachment da presidente Dilma gerou tumulto na C�mara entre militantes contr�rios e a favor do tema.