S�o Paulo e Curitiba – A dela��o premiada dos executivos da Andrade Gutierrez aponta pagamento de cerca de R$ 150 milh�es em propina na obra da Usina Hidrel�trica de Belo Monte. O valor � referente a um acerto de 1% sobre contratos. O dinheiro teria como destino o PT e o PMDB e agentes p�blicos ligados �s legendas.
A Andrade Gutierrez teve papel central na forma��o dos cons�rcios que atuaram nas obras de Belo Monte. Al�m da empreiteira, a Camargo Corr�a, Odebrecht, OAS e Queiroz Galv�o tamb�m participaram das obras. Ao todo, 10 empresas faziam parte dessa sociedade para execu��o dos servi�os de constru��o da unidade. Cada empreiteira ficou respons�vel pelo pagamento de um porcentual relativo a fatia de obras controlada por ela.
O leil�o para constru��o e opera��o de Belo Monte foi realizado em abril de 2010 e as obras fechadas em 2011. Dois cons�rcios disputaram o leil�o da usina: o vencedor Norte Energia, formado por Chesf, Queiroz Galv�o, OAS, Mendes Jr, entre outras, e o derrotado Belo Monte Energia, que tinha como s�cios as estatais Furnas e Eletrosul, e a empreiteira Andrade Gutierrez.
A dela��o de executivos da Camargo Corr�a j� havia apontado propina de 1% na Usina de Belo Monte. A partir dessas revela��es, a Lava-Jato obteve confirma��o da Andrade Gutierrez, que liderava o "cons�rcio da propina".
Flavio David Barra, da Andrade Gutierrez, foi um dos principais interlocutores das empresas do cons�rcio na forma��o desse pool para pagamento de propina. As obras de Belo Monte foram divididas em duas etapas: o leil�o de concess�o para opera��o da usina e a realiza��o das obras.
A dela��o dos executivos da Andrade, entre eles seu presidente afastado Ot�vio Marques de Azevedo, foi homologada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF). A colabora��o premiada da Andrade detalha ainda o papel do irm�o do ex-ministro Antonio Palocci, Adhemar Palocci Filho, conhecido como Palocinho, no recebimento dessa propina.
Os delatores tamb�m v�o confirmar nos termos que est�o sendo montados o repasse de doa��es oficiais que teriam ocultado valores de propina, inclusive para campanha da presidente Dilma Rousseff. Ot�vio Marques de Azevedo � o terceiro empreiteiro a confirmar � Lava-Jato que repasses oficiais e legais para partidos e pol�ticos serviam para lavar dinheiro desviado de obras p�blicas. Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, e Augusto Mendon�a, do grupo Setal, j� haviam confessado em sua dela��es a pr�tica.
A colabora��o da Andrade Gutierrez traz ainda revela��es sobre esquemas j� conhecidos de corrup��o nas obras do Complexo Petroqu�mico do Rio de Janeiro (Comperj) e da Usina de Angra 3. Os delatores revelaram novos fatos sobre obras em est�dios e na Valec, a estatal das ferrovias.