Vota��o em plen�rio do impeachment ser� no domingo

Bras�lia – Com a aprova��o do parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) na comiss�o especial, segue agora o calend�rio do impeachment da presidente Dilma Rousseff no plen�rio da C�mara dos Deputados. L� s�o necess�rios 342 votos para que o processo continue a tramitar no Senado. O relat�rio votado ontem ser� lido na sess�o ordin�ria prevista para as 14h de hoje. A leitura das 128 p�ginas deve durar cerca de quatro horas. Amanh�, o texto ser� publicado no Di�rio Oficial da C�mara. Na sexta-feira, come�a a ser discutido pelos 513 deputados.

O presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), confirmou ontem que marcou para domingo a vota��o. Ele se re�ne hoje com l�deres a fim de fechar detalhes dos procedimentos. A previs�o � que a sess�o de sexta-feira comece �s 9h e pode entrar na madrugada. No dia seguinte, os trabalhos continuam, com a vota��o ocorrendo no domingo. Pelas regras, cinco integrantes de cada partido podem falar por at� uma hora. Antes dos parlamentares, falam o autor do pedido de impeachment e a defesa da presidente.

Quanto � ordem de vota��o, Cunha deve anunciar tamb�m amanh�. Aliados acreditam que ele deixar� deputados do Nordeste para o fim, o que pode prejudicar o governo. Ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin negou mandado de seguran�a do l�der do PDT, deputado Weverton Rocha (MA), contestando essa ordem. Cunha afirmou que n�o pode usar a ordem alfab�tica como Ibsen Pinheiro fez na �poca do Collor devido a uma resolu��o inclu�da ao regimento da Casa em 1992. O peemedebista criticou ainda poss�veis aus�ncias a fim de favorecer o Planalto. “Certamente quem fingir qualquer tipo de coisa para n�o vir votar vai ter que responder pelo lado pol�tico”, disse.

Logo ap�s a divulga��o do resultado na comiss�o, o relator Jovair Arantes (PTB-GO) comemorou a vota��o. O parlamentar disse que houve respeito, durante todo o per�odo de funcionamento do colegiado, ao regimento interno da C�mara e ao rito do Supremo Tribunal Federal (STF). “Gra�as a Deus, tivemos essa importante vit�ria”, disse. “Espero (no plen�rio) o mesmo resultado daqui: vit�ria. Vamos extirpar a import�ncia dos crimes que est�o acontecendo no Brasil. Porque crime de responsabilidade n�o pode ser cometido, principalmente pelo presidente da Rep�blica.”

REPERCUSS�O O placar de 38 votos a favor do impeachment na comiss�o, cinco a mais do que o suficiente para o aprovar o relat�rio de Jovair, foi interpretado pela oposi��o como um bom sinal para o plen�rio. J� o governo avalia que seriam necess�rios pelo menos 43 – dois ter�os dos 65, mesma propor��o no plen�rio – para equivaler a uma vit�ria dos oposicionistas na pr�xima etapa.

“Foi uma vit�ria acachapante. Desmontou o argumento do governo e mostrou claramente que a C�mara vai aprovar a abertura do processo de impeachment”, afirmou o deputado Mendon�a Filho (DEM-PE). Ele ressalta que a oposi��o nunca contou com dois ter�os na comiss�o porque o colegiado � formado por l�deres e os da base sofrem press�o direta do governo.

“O resultado com menos de 2/3 dos membros representa uma derrota para os golpistas que defendem o impeachment”, afirmou o l�der do PT na C�mara, deputado Afonso Florense (BA), logo ap�s a vota��o. “Hoje eles riem, amanh� eles choram”, emendou o deputado Wadih Damous (PT-RJ), ex-presidente da OAB-RJ. O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) acredita que o processo pode ser barrado. “N�s vamos trabalhar com at� mais entusiasmo porque eles chegaram a anunciar mais de 40 votos aqui contra o impeachment, e atingiram 38. � claro que faz parte do jogo de press�o, de tentar desestabilizar os que pensam contrariamente. Agora, a sociedade entrou em campo de uma maneira bem mais concentrada”, afirmou. (Com ag�ncias)