Moro tem expectativa de que Lava Jato chegue ao fim at� dezembro

S�o Paulo, 13 - O juiz federal S�rgio Moro gostaria que a Lava Jato chegasse ao seu fim at� dezembro. Ele tem dito a interlocutores que esta � a sua "expectativa". Considera que a sequ�ncia de desdobramentos da grande investiga��o pode provocar um desgaste at� mesmo na opini�o p�blica que, hoje, presta apoio maci�o � for�a-tarefa da Lava Jato.

�Terminar at� dezembro a parte da primeira inst�ncia � uma expectativa ou um desejo�, disse Moro a uma pessoa pr�xima, nesta quarta-feira, 13.

Mas ele pr�prio admite que essa � uma meta "imprevis�vel". A cada desdobramento da Lava Jato surgem indicativos de outras tramas il�citas envolvendo outros agentes p�blicos e pol�ticos. O que for�a a abertura de novos procedimentos no �mbito da Pol�cia Federal e da Procuradoria da Rep�blica.

Apesar das declara��es de solidariedade que tem recebido nas redes sociais e em eventos dos quais participa, o juiz da Lava jato tem dito a interlocutores que ficou "consternado" com o que chama de "manifesta��es de raiva e intoler�ncia" registradas nas �ltimas semanas.

Tais manifesta��es ganharam for�a sobretudo depois que a Lava Jato conduziu coercitivamente o ex-presidente Lula, no dia 4 de mar�o, para depor nos autos da Opera��o Aletheia - fase da Lava Jato que investiga o s�tio Santa B�rbara, de Atibaia, cuja propriedade � atribu�da ao ex-presidente.

A condu��o coercitiva do petista foi decretada por Moro, que, em sua decis�o, destacou que n�o se tratava de uma antecipa��o de condena��o, mas apenas de uma medida necess�ria para a investiga��o.

Moro tamb�m tem insistido na linha de que a Justi�a sozinha n�o pode ser a solu��o para a crise pol�tica e �tica que o Pa�s atravessa. Ele acredita que chegou a hora de outras institui��es, e tamb�m a sociedade, se empenharem para alcan�ar mudan�as importantes que possam levar a um combate mais eficaz � corrup��o e � redu��o do quadro de impunidade.

O juiz considera que um primeiro passo nessa dire��o foi dado pelo Supremo Tribunal Federal - em recente decis�o, a Corte admitiu execu��o de pris�o de condenados em a��es penais quando a senten�a � confirmada por colegiado de segundo grau.

A Lava Jato est� em sua 28.� etapa ostensiva - a primeira foi deflagrada em mar�o de 2014. Desde ent�o, vem sendo mantida m�dia superior a uma opera��o por m�s.

A investiga��o, que inicialmente mirava quatro grupos de doleiros, desvendou um esquema complexo de corrup��o, propinas e cartel de empreiteiras na Petrobras.

Com a descoberta sobre supostos pagamentos a deputados, senadores e governadores a Lava Jato chegou ao Supremo Tribunal Federal, inst�ncia m�xima que det�m poderes para processar pol�ticos com foro privilegiado.

Dela��es premiadas, quase 50, s�o o grande aliado da Lava Jato, mas recebem pesadas cr�ticas de advogados e juristas.

Todas as a��es penais da Lava Jato na primeira inst�ncia est�o sob responsabilidade do juiz Moro.

Em uma atua��o incomum para os padr�es da Justi�a brasileira, Moro tem conduzido em ritmo acelerado os processos criminais, impondo pesadas condena��es a pol�ticos, doleiros, empreiteiros, operadores de propinas e ex-dirigentes da Petrobras.

As decis�es de Moro t�m sido confirmadas pelas inst�ncias superiores do Judici�rio, a partir do Tribunal Regional Federal da 4.� Regi�o (TRF4).