A primeira sess�o dedicada ao debate do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, nesta sexta-feira, 15, mostrou o isolamento do governo, que ao longo do dia, foi defendido quase que apenas pelo seu pr�prio partido. Deputados das maiores bancadas da C�mara se revezaram no plen�rio fazendo acusa��es ao governo, enquanto o l�der do PT, Afonso Florence (BA), apelava para o voto dos parlamentares indecisos.
"Senhoras e senhores parlamentares indecisos publicamente, mas que j� decidiram que votar�o contra, se abster�o ou n�o comparecer�o para se protegerem: Voc�s est�o do lado certo, como a consci�ncia brasileira est� do lado certo", afirmou Florence.
A sess�o come�ou por volta das 11h e cada partido teve direito a uma hora para participar do debate, dividindo a fala entre seus deputados. Com o plen�rio esvaziado ao longo do dia, cada grupo de parlamentares falou basicamente para seus pr�prios correligion�rios.
O PMDB inaugurou a sess�o de discursos com a fala em tom de neutralidade do l�der Leonardo Picciani (RJ). O deputado agradeceu a compreens�o dos colegas que aceitaram seu voto contr�rio ao impeachment da presidente, mas confirmou que 90% da bancada votar� pelo afastamento de Dilma.
'Farol'
Depois de Picciani, o deputado Lelo Coimbra (ES), ainda pelo PMDB, iniciou uma sucess�o de ataques e an�ncios de votos pelo impeachment. Peemedebistas parabenizaram o parecer do relator da comiss�o especial do impeachment, o deputado Jovair Arantes (PDT-GO), e tamb�m defenderam o vice-presidente Michel Temer. O deputado Osmar Serraglio (PR) afirmou que o vice n�o confabulou contra a presidente, mas que se destacou naturalmente. A deputada Soraya Santos (RJ) disse que Temer � o "farol e a esperan�a" do Brasil.
A�m do PMDB, tamb�m subiram ao p�lpito para discursar pelo partido, at� o in�cio da noite de ontem deputados do PSDB, PP, PR e PSD. Praticamente todos defenderam o afastamento da presidente.
O PP, que desembarcou do governo e anunciou nesta semana que deixaria tamb�m todos os cargos que ocupa, escalou uma s�rie de deputados da linha mais dura do partido para falar contra Dilma. O deputado ga�cho Jer�nimo Goergen ironizou o discurso �tico do governo. "Quem diria que aquele partido dono da �tica, da moral e da esperan�a desse Brasil iria escrever uma triste p�gina da nossa hist�ria pol�tica?", disse.
Apesar de ainda pertencer a base do governo, dos cinco deputados que falaram pelo PR, apenas um saiu em defesa do governo. Coube ao atual l�der, Aelton Freitas (MG), defender o governo. "A rua cheia n�o � motivo para afastamento de chefe de governo", declarou.
Tamanho
A ordem dos discursos partid�rios obedece ao tamanho das bancadas. O presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), garantiu que n�o haveria intervalo e que a sess�o de debates seguiria pelas madrugadas durante todo o fim de semana. Por isso, partidos como PSB, DEM e PRB, al�m de outras legendas que fortaleceriam o discurso a favor do governo, como PC do B e PDT, se manifestariam ao longo da noite. Com os atrasos, os chamados partidos nanicos est�o previstos para falar apenas neste s�bado.
Al�m do discurso partid�rio, outros 249 deputados se inscreveram para discursar de forma avulsa. A maioria, 179, falar� contra o governo. As manifesta��es est�o previstas para este s�bado. Colaboraram Igor Gadelha e Daniel Carvalho.