
S�o Paulo - O rev�s da presidente Dilma Rousseff na C�mara dos Deputados continua repercutindo na imprensa internacional nesta segunda-feira, 18. A manchete do jornal franc�s Le Monde adota um tom bastante pessimista: "No Brasil, a descida de Dilma Rousseff ao inferno."
A publica��o, que enviou uma rep�rter especial para Bras�lia, destaca que a primeira mulher a se eleger presidente do Brasil tem poucas chances de terminar seu segundo mandato e paga por seus erros. O Le Monde contextualiza as alega��es para o processo de impeachment, mas enfatiza que muitos deputados que ratificaram a admissibilidade s�o alvos de suspeitas mais graves que a presidente.
O Le Figaro, jornal de linha conservadora na Fran�a, destacou o ambiente "eletrizante" dentro e fora da C�mara dos Deputados durante a vota��o que daria prosseguimento ao afastamento de Dilma. A mat�ria intitulada "Brasil: deputados aprovam a destitui��o de Dilma Rousseff" sublinhou que a barreira na Esplanada dos Minist�rios foi chamada de "muro de Berlim" pelos manifestantes. Por fim, a publica��o disse que a crise pol�tica brasileira apenas come�ou a poucos meses dos Jogos Ol�mpicos. A Olimp�ada come�a dia 5 de agosto.
O brit�nico The Telegraph estampou uma foto de cidad�os brasileiros comemorando o resultado da vota��o na C�mara no topo da reportagem publicada na madrugada desta segunda-feira. O peri�dico relatou a longa sess�o de vota��o, "caracterizada por pronunciamentos, bandeiras, confetes e at� cantorias." O discurso de Jair Bolsonaro e o entrevero do deputado do PSC-RJ com Jean Wyllys tamb�m ganharam destaque na publica��o.
O alem�o Spiegel na mat�ria "A revolta dos Bonzinhos" adotou um tom bastante cr�tico. "O Congresso brasileiro mostra a sua verdadeira face. A maioria dos parlamentares n�o votou somente pela suspens�o da presidenta Dilma Rousseff. Usando m�todos mais do que question�veis, eles conduziram o navio brasileiro para uma rota de direita", escreveu.
Nos Estados Unidos, o The New York Times aponta que o mandato de Dilma tem sido fustigado por um esc�ndalo de corrup��o vertiginoso, uma economia contra�da e uma desilus�o crescente. A publica��o deu voz a alguns cientistas pol�ticos. "Alguns analistas dizem que est�o preocupados que a mobiliza��o para o impeachment de Dilma Rousseff cause danos � jovem democracia do Brasil, restabelecida em 1985 ap�s duas d�cadas de ditadura militar", publicou.
"H� a quest�o de quem e o que vir� a seguir", escreveu o NYT, antes de tra�ar um proje��o do futuro da pol�tica brasileira. O jornal americano destacou que Michel Temer "ter� de lidar com desafios pol�ticos e econ�micos", mas tamb�m mencionou que o vice pode enfrentar as mesmas acusa��es que Dilma. "O pr�ximo na linha da presid�ncia ap�s Temer � Eduardo Cunha, o poderoso l�der da C�mara dos Deputados.
Crist�o evang�lico que usa sua conta no Twitter para disseminar versos b�blicos, Cunha � acusado de usar uma conta em um banco na Su��a para esconder R$ 40 milh�es em propinas", escreveu.