
A ex-senadora Marina Silva defendeu a cassa��o da chapa eleita em 2014 para a presid�ncia sob o argumento de que a presidente Dilma Rousseff e seu vice Michel Temer "s�o irm�os siameses e faces da mesma moeda". Porta-voz nacional da Rede Sustentabilidade, ela afirmou, em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 18, que a convoca��o de novas elei��es "� o melhor caminho para o Brasil". A expectativa � que ocorram ainda este ano, aproveitando a estrutura das elei��es municipais.
Apesar de considerar o impeachment um instrumento legal, a Rede entende que o processo n�o alcan�a a finalidade de resolver a "crise pol�tica, econ�mica e social" do Brasil. "PT e PMDB praticaram crimes de corrup��o juntos e tomaram decis�es pol�ticas juntos", disse a ex-candidata � Presid�ncia da Rep�blica.
Na ter�a-feira passada, o partido entrou com pedido de amicus curiae junto ao TSE. Se aprovado, a Rede se torna parte no processo de julgamento da cassa��o da chapa de Dilma e Temer, podendo apresentar novos elementos de provas e fazer sustenta��es orais em plen�rio. A decis�o deve sair at� o fim desta semana. "Quanto mais expl�cito fica o uso do dinheiro do petrol�o nas elei��es, mais h� o imperativo �tico desse julgamento, pois a chapa est� toda comprometida", disse Marina.
Para ela, Dilma e Temer cometeram crime de responsabilidade com as pedaladas fiscais. A ex-ministra fez, no entanto, uma cr�tica ao presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por "subtrair, por raz�es �bvias, den�ncias referentes � Opera��o Lava Jato", uma vez que "n�o tem condi��es pol�ticas, �ticas e legais para conduzir o processo". "Ainda assim, quem deu legitimidade ao rito do impeachment foi o Supremo Tribunal Federal".
Sobre as novas elei��es, Marina Silva afirmou que os ministros do TSE "t�m poder de devolver a milh�es de brasileiros a possibilidade de eleger um novo presidente". A medida possibilitaria que os partidos "se reapresentassem � sociedade brasileira". "A sa�da n�o � Dilma nem Temer. N�o h� como uma parte do fruto estragado ser removida e a outra continuar sendo usada como alimento", destacou.
A porta-voz da Rede - que se aliou a Eduardo Campos (PSB-PE) nas �ltimas elei��es presidenciais - destacou que a Lava Jato faz um julgamento "jur�dico e criminal", enquanto uma nova elei��o "faria um julgamento �tico e pol�tico das lideran�as".