Bras�lia, 19 - O vice-presidente Michel Temer vai passar a semana em S�o Paulo para acertar a estrat�gia de seu governo ap�s a C�mara autorizar a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Depois de dedicar os �ltimos dias para negociar em Bras�lia com deputados votos pelo afastamento da petista, o peemedebista quer ampliar contatos com agentes do setor produtivo e empresarial.
Ciente de que n�o ter� muito tempo para dar respostas � crise, ele estuda a forma��o de um Minist�rio que lhe d� respaldo pol�tico imediato. Para tanto, quer consultar sociedade civil, mercado e partidos do Congresso. A avalia��o � a de que se desenha a busca por um programa com base consensual.
Temer e seu grupo v�o intensificar as conversas com representantes de v�rios setores a fim de coletar o sentimento e as sugest�es de propostas para tirar o Pa�s da crise. Na lista de interlocutores est�o entidades como a Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), a Confedera��o da Agricultura e Pecu�ria (CNA), C�mara Brasileira da Ind�stria da Constru��o (CBIC) e Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial.
Na rela��o com o empresariado, o vice tamb�m deve contar com ajuda do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que � filiado ao PMDB e foi candidato a governador de S�o Paulo pelo partido em 2014. O dirigente dever� ser, no entanto, um empecilho para qualquer proposta de aumento de tributos. Em 2015, a Fiesp liderou um campanha contra o recria��o da CPMF.
Programa
A formula��o de um novo programa de governo ser� realizada simultaneamente aos desdobramentos do processo de impeachment no Senado. Conforme revelou o Estad�o.com.br, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), trabalha com a possibilidade de a vota��o no plen�rio ocorrer apenas em setembro.
A expectativa de parte da c�pula do Senado � de que a Comiss�o Especial que tratar� sobre o tema finalize as atividades em 10 de maio. Renan entende que � preciso ter "cautela" e que o tr�mite do impeachment na Casa deve seguir estritamente o que prev� o regimento.
No grupo de Temer, a avalia��o � de que, at� a vota��o da Comiss�o Especial, � preciso construir credibilidade perante os agentes econ�micos e adquirir o m�nimo de popularidade para conseguir tomar as medidas que s�o necess�rias para o controle da crise econ�mica.
Entre as ideias j� aventadas pelo vice est�o a redu��o e a fus�o de minist�rios. Trata-se de uma proposta antiga do PMDB, mas que sempre enfrentou dificuldades de ser aplicada, pois os partidos n�o querem ceder.
Um aliado de Temer que j� ocupou cargo no Minist�rio de Dilma defende que o PMDB ceda espa�o aos aliados. "O PMDB ter� a Presid�ncia da Rep�blica, n�o pode ter tudo. Caso contr�rio, cometer� o mesmo erro do PT", avaliou. Ele lembrou ainda que, para passar na C�mara, o impeachment contou com o voto de 19 partidos.
Temer e seus aliados acreditam que o governo e o PT ainda podem atrapalhar se conseguirem "equilibrar o debate" com a sociedade. A crise econ�mica � muito "aguda" e ele precisar� "tomar medidas impopulares" num momento de "conflagra��o pol�tica".
Comunica��o
Nesse sentido, o vice vai investir numa estrat�gia de comunica��o para convencer a imprensa internacional de que um eventual governo dele � "leg�timo e constitucional". Ontem, em S�o Paulo, Temer se reuniu com o ex-ministro Moreira Franco para discutir o assunto. Ele levou para a conversa o ex-ministro Thomas Traumann (Secretaria de Comunica��o).
A ideia � marcar uma s�rie de entrevistas com ve�culos internacionais, nos moldes do que fizeram o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff antes da vota��o do processo de impeachment na C�mara.