Esteves era 'plano B' para comprar sil�ncio de Cerver�, diz delator

Bras�lia, 19 - Em depoimentos de dela��o premiada, o ex-chefe de gabinete do senador Delc�dio Amaral (ex-PT-MS, agora sem partido) Diogo Ferreira disse que o banqueiro Andr� Esteves, licenciado do Banco BTG Pactual, era o "plano B" do congressista para comprar o sil�ncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerver�. A colabora��o do assessor, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), refor�a afirma��es j� feitas por Delc�dio � Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR).

Diogo Ferreira contou que Delc�dio ia a S�o Paulo uma ou duas vezes por m�s para se encontrar com Esteves. Em algumas ocasi�es, relatou, o senador disse a ele que o banqueiro estava preocupado com uma poss�vel dela��o de Cerver� por causa de supostas irregularidades na compra de ativos da Petrobras na �frica e em neg�cio com a BR Distribuidora, caso em que teria havido pagamento de propina ao senador Fernando Collor (AL).

O delator deu detalhes sobre uma conversa que teve com Delc�dio, na qual trataram da necessidade de pagar os honor�rios de Edson Ribeiro, advogado de Cerver�. A estrat�gia de bancar o ex-diretor visava evitar que ele contasse o que sabia sobre a corrup��o na Petrobras. "Delcidio do Amaral comentou com Edson Ribeiro, na presen�a do depoente, em reuni�o em Bras�lia, al�m daquela gravada, que Andr� Esteves seria o 'plano B' para efetuar o pagamento dos honor�rios de Edson Ribeiro", afirmou o assessor, conforme transcri��o do depoimento feita pela PF.

Delc�dio, o assessor dele, Ribeiro e Esteves foram presos em novembro por suspeita de tentar sabotar a dela��o de Cerver�, que poderia implic�-los. Eles foram soltos depois, mas permanecem submetidos a algumas restri��es judiciais. Conforme a Procuradoria-Geral da Rep�blica, a mando do ex-presidente Lula, que tamb�m temeria a dela��o, o senador teria montado um esquema para bancar despesas da fam�lia do ex-diretor, cujos bens e ativos estavam bloqueados.

Os repasses teriam sido feitos por um dos filhos de Jos� Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente, conforme delatou o ex-chefe de gabinete. O banqueiro teria se comprometido com Delc�dio a dar R$ 50 mil mensais como forma de evitar que o BTG fosse citado na dela��o. Ele nega ter negociado ou feito pagamentos a Cerver�.

Na dela��o, Ferreira disse que ap�s Cerver� iniciar sua colabora��o com a Opera��o Lava Jato, os pagamentos vindos do filho de Bumlai foram suspensos. Em outubro do ano passado, o advogado do ex-diretor cobrou em mensagem de telefone uma conversa com "A.E.", supostamente em refer�ncia a Andr� Esteves. A agenda n�o teria sido marcada. "A inten��o do Senador era n�o fazer o encontro de Andr� Esteves com Edson Ribeiro, mas era verdade que Andr� Esteves estava disposto a prover aux�lio financeiro", contou Ferreira.