
O editorial diz que "Dilma Rousseff levou o Pa�s para baixo, mas toda a classe pol�tica tamb�m". "O fracasso n�o foi feito apenas pela senhora Rousseff. Toda a classe pol�tica tem levado o Pa�s para baixo atrav�s de uma combina��o de neglig�ncia e corrup��o. Os l�deres do Brasil n�o ganhar�o o respeito de volta de seus cidad�os ou superar�o os problemas econ�micos a n�o ser que haja uma limpeza completa".
A revista diz que Dilma tem responsabilidade sobre a situa��o porque houve incompet�ncia do atual governo na condu��o da economia, o Partido dos Trabalhadores se envolveu no esquema de corrup��o da Petrobras e a presidente tentou proteger p ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva das investiga��es. As acusa��es contra a presidente, por�m, s�o relativizadas quando comparadas com as existentes contra os nomes que lideram o processo de impeachment.
"O que � alarmante � que aqueles que est�o trabalhando para o seu afastamento s�o, em muitos aspectos, piores", cita o editorial que lembra que o vice-presidente Michel Temer � filiado ao PMDB. "O PMDB tamb�m est� perdidamente comprometido. Um dos seus l�deres � o presidente da C�mara, Eduardo Cunha, que presidiu o espet�culo do impeachment de seis horas no domingo. Ele � acusado pelo Tribunal Superior Federal de aceitar suborno da Petrobras", diz a revista.
Para a Economist, "n�o h� maneiras r�pidas" de resolver a situa��o. As ra�zes dos problemas pol�ticos viriam, segundo a revista, da economia baseada no trabalho escravo do s�culo XIX, a ditadura do s�culo XX e o sistema eleitoral em vigor. "No curto prazo, impeachment n�o vai consertar isso", diz a revista.
O editorial diz que a acusa��o da manipula��o cont�bil de Dilma parece "t�o pequena que apenas um punhado de deputados se preocupou em mencionar isso em seus dez segundos" na vota��o. A revista avalia que, se Dilma for deposta por uma raz�o t�cnica, "o senhor Temer vai lutar para ser visto como um presidente leg�timo pela grande maioria dos brasileiros que ainda apoiam a senhora Rousseff".
Por isso, a revista defende que uma maneira de contornar a situa��o seria a realiza��o de novas elei��es que elegeriam um presidente com apoio popular para executar reformas. "Os eleitores tamb�m merecem uma chance de se livrar de todo o Congresso infestado de corrup��o. Apenas novos l�deres e novos legisladores podem realizar as reformas fundamentais que o Brasil necessita", diz a revista.
A revista reconhece, por�m, que o caminho para novas elei��es n�o � f�cil no Congresso. "Assim, h� uma boa chance de que o Brasil ser condenado � confus�o sob a atual gera��o de pol�ticos desacreditados. Os eleitores n�o devem se esquecer deste momento. Porque, no fim, eles ter�o a chance de ir �s urnas - e devem us�-la para votar em algo melhor".