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Estado de Minas GUERRA DE VERS�ES

Temer se antecipa � fala de Dilma na ONU e rebate acusa��es da presidente

J� em Bras�lia, por quest�es de seguran�a, Temer conversa com imprensa estrangeira e afirma que falar de golpe prejudica a imagem do Brasil


postado em 22/04/2016 06:00 / atualizado em 22/04/2016 07:39

(foto: Euler Junior/EM/DA Press)
(foto: Euler Junior/EM/DA Press)

Bras�lia – Antecipando-se ao pronunciamento que a presidente Dilma Rousseff far� hoje durante evento em Nova York, na Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), o vice-presidente Michel Temer deu in�cio a uma estrat�gia para rebat�-la em ag�ncias internacionais. Antes de ser atacado perante a comunidade estrangeira, Temer concedeu entrevistas � ag�ncia Dow Jones, ao Wall Street Journal, ao Financial Times e ao New York Times. � Dow Jones, o peemedebista refutou o termo “golpe” dado ao processo de impeachment e disse ter um gabinete na cabe�a, mas n�o antecipou nomes. Enquanto Dilma n�o retorna ao Brasil, amanh�, Temer � o presidente em exerc�cio. Ontem, por recomenda��o da seguran�a presidencial, ele voltou a Bras�lia, onde pode se encontrar com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) para debater o rito do impeachment.

As entrevistas concedidas ao Financial e ao Times estavam marcadas para serem divulgadas hoje, no mesmo dia em que Dilma pretende iniciar uma ofensiva na ONU, durante o acordo de Paris sobre mudan�as no clima. Temer passou a �ltima semana em S�o Paulo e voltou ontem a Bras�lia depois que um grupo protestou em frente a sua casa na capital paulista. Segundo a assessoria de imprensa, ele retornou devido a orienta��es de seguran�a.

� Dow Jones, Temer afirmou estar pronto para assumir o governo caso o impeachment avance no Senado. “Ela (Dilma) tem dito que eu sou um conspirador, o que obviamente � algo triste para mim e para a Vice-Presid�ncia da Rep�blica”, disse. Temer ainda reafirmou que o processo de impedimento � legal. “Cada passo do impeachment est� de acordo com a Constitui��o. Como isso poderia ser chamado de golpe?”, questionou. Ele afirmou tratar com aliados sobre nomes para compor um poss�vel governo, mas n�o antecipou quais est�o com os p�s na Esplanada. “Quando o tempo chegar, eu terei um gabinete na cabe�a e, apenas nesse momento, revelarei nomes.”

O contra-ataque j� estava montado ontem, pouco tempo depois de ser ventilada a possibilidade de Dilma acusar ser v�tima de um “golpe” � imprensa estrangeira durante o evento na ONU. N�o est� certo que ela abordar� o assunto no discurso de tr�s minutos a que tem direito. Al�m de Temer, o presidente em exerc�cio do PMDB, Romero Juc� (RR), tamb�m trabalha em ofensiva com ag�ncias internacionais. H� ainda outros aliados, como o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), presidente da Comiss�o de Rela��es Exteriores da Casa, com uma comitiva, que tem servido como porta-voz do vice. Ele tem se encontrado com lideran�as locais e refutado a ideia de o processo ser ilegal.

A estrat�gia do Pal�cio do Planalto n�o repercutiu bem entre a oposi��o, que escalou outros parlamentares para irem � cidade norte-americana a fim de contrapor os discursos de Dilma. Carregam com eles mat�rias sobre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rebatendo Dilma. Na quarta-feira, o mais antigo ministro da Corte classificou como “equ�voco grav�ssimo” chamar o impeachment de golpe. Outros ministros, como Dias Toffoli e Gilmar Mendes referendaram o decano. Eles ainda pediram “responsabilidade” e alertaram para a possibilidade de a imagem do Brasil no exterior ficar ainda mais manchada. O Movimento Vem Junto, pr�-impeachment, est� organizando um protesto contra Dilma na cidade norte-americana.

Encontro costurado Ontem pela manh�, Temer reuniu-se com um dos seus bra�os direitos, o presidente da Funda��o Ulysses Guimar�es e ex-ministro da Avia��o Civil, Moreira Franco. Pela manh�, cerca de 100 manifestantes reuniram-se em frente � casa de Temer, no Alto Pinheiros, na capital paulista, para critic�-lo. Foram levadas faixas com os dizeres “golpista” e no ch�o foi pintada a express�o “QG do golpe”. A manifesta��o, por�m, foi r�pida. Durou cerca de 30 minutos. A assessoria de imprensa afirmou que ele foi aconselhado pela seguran�a presidencial a voltar a Bras�lia.

A volta, no entanto, ocorre tamb�m para que Temer exer�a a presid�ncia interina e intensifique as articula��es no Senado. Na quarta-feira, o ex-ministro Eliseu Padilha, outro bra�o direito, disse, em conversa com jornalistas, que n�o estava descartada uma conversa com Renan Calheiros, nos pr�ximos dias, o que j� vem sendo articulado. Interlocutor do vice no Senado, Juc� tamb�m deve participar do encontro. A reuni�o pode ocorrer hoje, antes do retorno de Dilma a Bras�lia.

“Se n�s temos conversado com as principais lideran�as, por �bvio teria de conversar com ele e falar sobre o que est� acontecendo. Michel n�o vai sugerir nada no que diz respeito ao impeachment. N�o vai ter nenhuma interfer�ncia. Vai falar sobre o processo pol�tico e o clima no Senado”, disse um dirigente peemedebista. Na segunda-feira, haver� a elei��o dos nomes indicados para compor a comiss�o especial que analisar� a admissibilidade do pedido na Casa. Acordos definiram os nomes de Antonio Anastasia (PSDB-MG) para relator e Raimundo Lira (PMDB- PB) para presidente.

‘Democracia em perigo’

Al�m de “denunciar o golpe em curso” nas Na��es Unidas, a presidente Dilma deve conceder pelo menos duas entrevistas � m�dia estrangeira, nas quais pretende relatar que a democracia “est� em perigo” no Brasil. O processo de impeachment de Dilma tem ganhado espa�o nas publica��es internacionais, seja em editoriais ou reportagens.

A presidente embarcou em um helic�ptero para a Base A�rea de Bras�lia, do Pal�cio da Alvorada, resid�ncia oficial, �s 9h30 de ontem. No lado de fora, na �rea reservada para estacionamento, um grupo de simpatizantes promovia um caf� da manh� contra o impeachment e de apoio � presidenta. Esta � a primeira vez que Dilma deixa o pa�s ap�s a abertura do processo de impeachment ter sido aprovada na C�mara dos Deputados.

A informa��o de interlocutores do governo � que a presidente foi convencida a fazer a viagem para pregar ao mundo que est� sofrendo um golpe. De acordo com an�lises internas do Pal�cio do Planalto, Dilma n�o tem alternativa, porque a admissibilidade do processo de impeachment no Senado � dada como praticamente certa. A sa�da seria criar uma press�o internacional contra o processo e angariar apoio popular.

A aposta � que os movimentos sociais voltem a organizar grandes manifesta��es contra o processo de afastamento, e que, com o tempo, a sociedade perceba que o vice-presidente, Michel Temer, n�o teria apoio para assumir o poder. De acordo com o ministro-chefe do Gabinete da Presid�ncia, Jaques Wagner, em entrevista a imprensa internacional “est� clara a exist�ncia um golpe dissimulado para tomar a presid�ncia da Rep�blica”.

Wagner disse que, em Nova York, a presidente falar� momento pol�tico brasileiro. “Ela n�o poder� deixar de manifestar sua indigna��o com o golpe que se est� se construindo no Brasil; que o processo em curso � artificial e falso, porque Dilma � uma mulher honesta que n�o cometeu nenhum crime, e o que est� havendo no pa�s � o mau uso do impeachment”, disse.


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