S�o Paulo, 22 - O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, disse nesta sexta-feira, 22, que "n�o existiu um Mensal�o e n�o existiu uma Lava Jato". Em sua avalia��o, os dois esc�ndalos que abalaram os governos Lula e Dilma representam "toda uma opera��o conjugada, onde o mensal�o foi uma parte do iceberg que depois veio a ser descoberto".
Janot fez uma palestra na Brazil Conference e apontou v�rios fatos que, em sua vis�o, permitiram ao Minist�rio P�blico chegar ao n�vel de independ�ncia e profissionalismo no encaminhamento de investiga��es. O evento � realizado pela Universidade de Harvard e pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Ao comentar sobre a A��o Penal 470, Janot explicou que o mensal�o revela a organiza��o criminosa que est� sendo examinada hoje no �mbito da Lava Jato. "Estou convencido, com as circunst�ncias de fatos que existem hoje, que n�o existiu um mensal�o e n�o existiu uma Lava Jato".
O primeiro fato lembrado pelo procurador foi a aprova��o da Emenda Constitucional (EC) 35, em 2001, que acabou com a pr�via autoriza��o da C�mara ou do Senado para investiga��es e processamento de parlamentares. Segundo ele, a mudan�a gerou um "reflexo direto no gabinete do procurador-geral da Rep�blica que assumiu de vez um vi�s majoritariamente penal".
O procurador-geral tamb�m citou as transmiss�es da TV Justi�a - no ar desde agosto de 2012. Para ele, a TV divulga para a popula��o julgamentos de casos e o processo judicial entra na agenda do cidad�o, o que gera acesso, transpar�ncia e controle. "O que fazemos, somos cobrados na rua e temos que explicar."
O julgamento da A��o Penal 470 - caso conhecido como mensal�o - tamb�m � considerado por Rodrigo Janot como um fato que influencia a situa��o atual. "Pela primeira vez, o Supremo julgou pessoas com prerrogativa de foro e poder pol�tico real."
Ele destacou a dimens�o do processo: 53 sess�es de julgamento entre agosto e dezembro de 2012.
Nesse ponto, Janot destaca outro fator de mudan�a. Com a A��o Penal 470, o Supremo - at� ent�o visto com desconfian�a, principalmente por conta do foro por prerrogativa de fun��o - "afirmou-se como um tribunal que condena e de forma definitiva, pois n�o cabe recurso". No caso do mensal�o, dos 40 denunciados, 25 foram condenados.