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Estado de Minas

Empres�rio admite ter intermediado pagamentos a ex-presidente da Eletronuclear

Em audi�ncia aberta na 7� Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Carlos Gallo disse que a CG recebeu quase R$ 3 milh�es por tr�s contratos com a empreiteira


postado em 27/04/2016 16:49 / atualizado em 27/04/2016 18:32

O empres�rio Carlos Gallo, dono da CG Consultoria, admitiu nesta quarta-feira ter atuado como intermedi�rio para que o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, investigado por um esquema de corrup��o nas obras da usina de Angra 3, recebesse dinheiro da construtora Andrade Gutierrez quando j� estava � frente da estatal. Em audi�ncia aberta na 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Gallo admitiu que a CG recebeu quase R$ 3 milh�es por meio de tr�s contratos com a empreiteira, dinheiro que foi repassado � Aratec Engenharia, empresa de Othon.

"O Dr. Othon, em 2008, me solicitou... ele disse que tinha feito um servi�o para a Andrade Gutierrez na �rea de energia, anterior a ele como presidente da Eletronuclear. Como ele foi nomeado presidente, esse servi�o n�o havia sido efetivamente cobrado, e ele, at� para ajudar em neg�cios futuros (ele era obcecado por um projeto de turbinas), ele precisava receber da Andrade Gutierrez. Ele perguntou se eu poderia, atrav�s da minha empresa, receber esse dinheiro para ele", contou Gallo.

O executivo disse ainda que aceitou o neg�cio em fun��o da amizade com Othon, quem conhecia havia 10 anos, e da qualifica��o profissional do almirante. Afirmou ainda que n�o se sentiu enganado, mas tampouco teria admitido o neg�cio se soubesse que o dinheiro era fruto de propina.

"Ele alegou que, como era presidente da Eletronuclear, n�o queria fazer direto para a empresa que ele tinha com a filha (Ana Cristina Toniolo, tamb�m investigada na a��o). Eu levantei esse problema (de oculta��o de recursos), questionei. Mas ele disse 'nunca envolveria minha filha se eu n�o estivesse bem seguro sobre esse servi�o'", acrescentou Gallo.

Havia ainda a expectativa de que a CG Consultoria atuasse em servi�os de projeto e execu��o na concep��o das turbinas idealizadas por Othon. Essa perspectiva tamb�m pesou para que o executivo aceitasse o neg�cio.

A CG Consultoria � uma das empresas acusadas de receber dinheiro de propina de empreiteiras que operavam na obra de Angra 3 por meio de contratos de fachada. Esses recursos teriam sido repassados posteriormente a Othon por meio de pagamentos � empresa Aratec Engenharia. As outras duas s�o a JNobre e a Deutschebras. Seus s�cios tamb�m v�o depor � Justi�a nesta quarta.

A JNobre Engenharia, inclusive, entrou no c�rculo por intermedia��o de Gallo. Foi ele quem apresentou Othon ao s�cio da empresa, Josu� Augusto Nobre, tamb�m r�u no processo.

"Eu disse 'Othon, eu gostaria de parar com esse tipo de coisa, isso est� me atrapalhando'. Ele perguntou se conhecia algu�m para fazer esse tipo de servi�o. Falei com o Josu�, expliquei, e disse que eu ficaria respons�vel pelo projeto das turbinas e que ele participaria junto", afirmou Gallo.

Ao todo, a CG Consultoria recebeu R$ 2,93 milh�es da Andrade Gutierrez, em valores brutos. De acordo com o Minist�rio P�blico Federal (MPF), R$ 2,045 milh�es foram repassados � Aratec. A diferen�a corresponde a impostos pagos e a despesas operacionais, alegou o executivo.

Os contratos com a Andrade Gutierrez foram firmados entre Gallo e Olavinho Mendes, funcion�rio da empreiteira. Em depoimento na �ltima segunda-feira, 25, Mendes, que firmou acordo de dela��o premiada, afirmou que forjava objetos para que os contratos fict�cios parecessem reais. "Ele me passou os termos do contrato e os elementos para eu discutir um estudo em cima daquilo. Olavinho passou o que precisava para caracterizar o contrato", disse Gallo.

Na Aratec, o contato de Gallo era Ana Cristina Toniolo, filha de Othon e s�cia na empresa do pai. Segundo o executivo, o objeto do contrato era decidido em comum acordo. "Eram servi�os (para Aratec) que eu combinei com a Ana Cristina", afirmou o executivo da CG.

A advogada Ana Beatriz Saguas, que defende Ana Cristina, afirmou que o depoimento confirma que a filha de Othon apenas secretariava o pai. "Ela n�o teve participa��o ativa, sequer imaginava", disse.


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