(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

'Eu n�o vendi a minha cadeira', diz ex-presidente da Eletronuclear


postado em 29/04/2016 22:07

Rio, 29 - O ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, suspeito de ter recebido propina de empreiteiras que participavam das obras da usina nuclear de Angra 3, negou nesta sexta-feira, 29, ter obtido vantagens ilegais no posto. "Eu n�o vendi a minha cadeira", declarou, em depoimento � 7� Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Othon afirmou que foi contratado pela Andrade Gutierrez para realizar um estudo sobre a import�ncia de Angra 3 para o Pa�s, mas confessou que, para receber o pagamento, recorreu a contratos fict�cios. Tamb�m negou ter atuado em favor de partidos ou que tenha feito campanha para ser colocado � frente da estatal. Na �ltima segunda-feira, tamb�m em depoimento, Rog�rio Nora de S�, ex-presidente da construtora Andrade Gutierrez, afirmou que Othon exerceu o papel de "emiss�rio" do PT e do PMDB.

"Estranhei ele dizer que eu procurei PT e PMDB. Nego isso. � uma dona de meretr�cio querendo que a novi�a explique como funciona o meretr�cio", disse, batendo na mesa da sala de audi�ncias. Ele tamb�m afirmou que foi Nora de S� quem citou "compromissos pol�ticos". "Eu n�o perguntei que tipo de compromisso era. Disse 'o compromisso � de voc�s, eu n�o quero saber'."

Othon disse que foi procurado pela Andrade Gutierrez em 2004 para realizar um estudo que comprovasse a import�ncia da retomada das obras da usina de Angra 3 para o sistema energ�tico do Pa�s. O contrato, que j� pertencia � construtora, estava parado havia mais de 20 anos.

Engenheiro, vice-almirante da reserva da Marinha e especialista em tecnologia nuclear, Othon reconheceu que cobrou R$ 3 milh�es pelo servi�o, entregue em dezembro do mesmo ano. Mas o pagamento seria feito "no sucesso" do neg�cio - ou seja, caso o contrato fosse reativado. Ele tamb�m fez palestras em defesa do projeto, mas assegurou que n�o foi pago pelas apresenta��es. O valor, ainda que vultoso, n�o foi formalizado em nenhum contrato.

"Existe isso. No mercado de trabalho existe", respondeu Othon ao Minist�rio P�blico Federal (MPF), que questionava o motivo da inexist�ncia de documento.

Em 2005, o almirante assumiu o cargo de presidente na Eletronuclear. Apesar disso, continuou trabalhando em projetos pessoais e firmando neg�cios por meio de outras empresas, segundo afirmou. Em 2008, a Andrade Gutierrez conquistou a reativa��o do contrato de Angra 3. Othon alegou, por�m, que n�o houve conflito de interesse. "Eu atuava (para a Andrade Gutierrez) fora do hor�rio de trabalho na Eletronuclear. Achava desconfort�vel, mas eu n�o entendia (como ilegal)", afirmou.

Empresas

Othon � suspeito de ter recebido propina por meio de diversas empresas, entre elas CG Consultoria, JNobre Engenharia e Consultoria e Deutschebras (desta �ltima, ele foi s�cio entre 1997 e 2000). Todas elas fizeram pagamentos � Aratec Engenharia, companhia fundada pelo almirante e que tem como s�cia sua filha Ana Cristina Toniolo, que dep�s hoje mais cedo.

Segundo o ex-presidente da Eletronuclear, os pagamentos feitos pela Deutschebras � Aratec eram referentes a uma comiss�o de vendas devida pela companhia por contratos antigos fechados por Othon. Os demais contratos, com CG e JNobre, eram fict�cios, reconheceu. Foram concebidos para viabilizar o pagamento da Andrade Gutierrez pelos estudos de Angra 3.

"Eu n�o podia repassar direto, j� era presidente da Eletronuclear. Ent�o lembrei do Carlos Gallo (dono da CG Consultoria), ele me emprestou a empresa. Mas n�o era recebimento de propina. Era do trabalho que eu tinha feito", alegou Othon. Posteriormente, Gallo indicou Josu� Nobre, dono da JNobre, para dar seguimento aos repasses.

O almirante tamb�m confirmou o recebimento, pela Aratec, de R$ 1 milh�o da empresa Link Projetos e Participa��es Ltda. Segundo ele, tratava-se de um "investimento" de Jos� Antunes Sobrinho, s�cio da Engevix, para um projeto de turbinas idealizado por Othon. A Engevix atuou nas obras de Angra 3.

Othon ainda livrou a filha de qualquer responsabilidade sobre eventuais ilicitudes. Na condi��o de administradora, era Ana Cristina quem assinava os contratos, emitia notas fiscais e recebia os pagamentos.

"Minha consci�ncia � de trabalho feito. N�o � (um contrato) mentiroso, � um contrato que eu pedi que ela assinasse. Se algu�m est� mentindo, fui eu", afirmou.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)