
Para contrapor as propostas dos aliados do vice-presidente Michel Temer na �rea social, a presidente Dilma Rousseff vai anunciar amanh�, durante as comemora��es do dia 1º de maio, um reajuste de 5% na tabela do Imposto de Renda da Pessoa F�sica (IRPF) e de 9,5%, em m�dia, dos benef�cios do
Bolsa-Fam�lia. A corre��o da tabela s� vai valer para janeiro de 2017. J� a corre��o do Bolsa Fam�lia entrar� em vigor em junho pr�ximo.
"Vamos dificultar para esses contribuintes. O reajuste da tabela ser� compensando com esses ajustes", disse uma fonte da �rea econ�mica. Por enquanto, n�o est�o previstas altera��es nas al�quotas do IRPF. A �rea t�cnica do governo est� fazendo os c�lculos finais. As medidas foram acertadas pela presidente em reuni�o hoje com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, no Pal�cio do Alvorada.
A corre��o da tabela precisar� ser aprovada pelo Congresso Nacional at� o fim do ano, o que, na pr�tica, poder� colocar essa despesa na equipe de um eventual governo do vice-presidente Michel Temer, no caso de afastamento da presidente Dilma do cargo. Com o an�ncio, ficar� mais dif�cil para o vice-presidente voltar atr�s de uma medida que tem forte apelo popular, principalmente na classe m�dia. O reajuste do Bolsa-Fam�lia, antecipado pelo Estado de S�o Paulo na edi��o de quinta-feira passada (28) em reportagem sobre pacote de medidas do governo - faz contraponto a decis�o da equipe de aliados de Michel Temer de prometer um reajuste dos benef�cios do programa num eventual governo do vice.
O impacto de R$ 1 bilh�o nas contas j� estava previsto no Or�amento, segundo o Minist�rio da Fazenda. Mas a �rea t�cnica � contr�ria ao reajuste por causa do rombo das contas do governo R$ 142,01 bilh�es em 12 meses, o equivalente a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB). A avalia��o � de que � uma sinaliza��o ruim de aumento de gastos justamente num momento em que o governo precisaria mostrar austeridade fiscal para conseguir confian�a na dire��o de uma trajet�ria sustent�vel para a d�vida p�blica. Num recado claro de descontentamento, o secret�rio do Tesouro, Otavio Ladeira, disse que o Tesouro n�o via espa�o fiscal para o reajuste do Bolsa-Fam�lia.