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Estado de Minas

Temer e a Lava-Jato

Dilma Rousseff raspa o tacho do Tesouro e os petistas encastelados nos minist�rios prometem desagrad�veis surpresas para Temer


postado em 03/05/2016 11:00 / atualizado em 03/05/2016 07:38

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)

Numa semana dram�tica para a presidente Dilma Rousseff, cujo poder se esvai com a tinta da caneta com que assina seu “pacote de bondades”, o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, deu sinais de que pretende intensificar as investiga��es da Opera��o Lava-Jato, doa a quem doer. Com isso, contingenciou ainda mais a montagem do futuro governo do vice Michel Temer. Janot solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) autoriza��o para abrir quatro novos inqu�ritos para investigar pol�ticos citados na dela��o premiada do ex-l�der do governo Dilma no Senado Delc�dio do Amaral (ex-PT-MS).

O procurador quer investigar o senador e presidente nacional do PSDB, A�cio Neves (MG); o presidente da C�mara (PMDB-RJ), Eduardo Cunha; o ministro da Comunica��o Social, Edinho Silva (PT-SP), que atuou como tesoureiro da campanha presidencial do PT em 2014; o ex-presidente da C�mara Marco Maia (PT-RS); o ministro do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) Vital do R�go; e o presidente interino do PMDB, senador Romero Juc� (RR), cotado para ocupar o Minist�rio do Planejamento. Caber� ao ministro Teori Zavascki, relator da Opera��o Lava-Jato no Supremo, autorizar ou n�o a investiga��o.

Os pr�ximos pedidos de Janot poder�o incluir o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, e a presidente Dilma Rousseff. Os quatro maiores partidos do pa�s est�o na al�a de mira da Lava-Jato em raz�o da dela��o premiada de Delc�dio, o que � uma complica��o a mais para a montagem do governo de Temer. Ser� muito ruim anunciar um ministro num dia e ter de demiti-lo no outro, por causa de uma den�ncia do Minist�rio P�blico Federal.

Temer trabalha sem muita discri��o em rela��o � montagem do novo governo. Embora n�o d� declara��es, os nomes vazam imediatamente, numa esp�cie de estrat�gia para testar a receptividade dos mesmos. � mais ou menos como acender uma vela para Deus, no caso a opini�o p�blica, e outra para o diabo, os aliados no Congresso. A montagem de um bom governo exige representatividade pol�tica, compet�ncia t�cnica e aceita��o popular. N�o � f�cil. Al�m da Lava-Jato, que mina a credibilidade dos pol�ticos citados nas dela��es, existe um mau-humor generalizado na sociedade por causa do desemprego, da infla��o e da recess�o.

Certo mesmo, at� agora, est�o os nomes de Henrique Meirelles, na Fazenda; Eliseu Padilha, na Casa Civil; e  Geddel Vieira Lima, na Secretaria de Governo. Romero Juc�, escalado para o Planejamento, pode subir no telhado por causa da Lava-Jato. Moreira Franco est� cotado para cuidar das concess�es, mas o ex-governador fluminense � um coringa na manga de Temer. A presen�a de Jos� Serra no Minist�rio das Rela��es Exteriores deve ser confirmada no encontro do vice com os governadores do PSDB e A�cio Neves. O deputado Mendon�a Filho, ex-governador de Pernambuco, � o nome cotado para a Educa��o. Roberto Freire, para o Minist�rio da Cultura. O ex-prefeito Gilberto Kassab pleiteia o Minist�rio das Cidades.

Raspa do tacho

Meirelles na Fazenda blinda a nova pol�tica econ�mica; pura ironia, era o nome de prefer�ncia do Lula e Dilma Rousseff n�o aceitou. Mas a montagem da equipe econ�mica n�o � tranquila, os pol�ticos est�o de olho nos bancos oficiais, principalmente o Banco do Brasil, a Caixa Econ�mica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES).

A equa��o pol�tica na C�mara est� praticamente resolvida, com Eliseu Padilha e Geddel Vieira Lima em posi��es estrat�gicas no Pal�cio do Planalto. No Senado, apesar de Juc�, Temer precisar� do apoio do l�der da bancada do PMDB, Eun�cio Oliveira (CE), e do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Dois minist�rios importantes est�o indefinidos: Justi�a, para o qual est� cotado o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso; e Defesa, onde cogita-se o nome do deputado Raul Jungmann (PPS-PE), indicado pelo ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim.

Apesar do jus esperneandis de Dilma, tudo caminha para o seu afastamento no come�o da pr�xima semana. Temer n�o tem muito tempo para montar uma equipe de governo. Ao contr�rio da transi��o ocorrida no impeachment do presidente Collor de Mello, cuja equipe foi cordata, a atual sugere grandes emo��es. A presidente Dilma Rousseff raspa o tacho do Tesouro e os milhares de petistas encastelados nos minist�rios prometem desagrad�veis surpresas para os novos ministros.


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