
Poucas horas depois de a Comiss�o Especial do Impeachment no Senado aprovar relat�rio favor�vel ao prosseguimento do processo, a presidente Dilma Rousseff afirmou que "est�o condenando algu�m que � inocente e que n�o h� nada mais grave do que isso". "Eu sou a prova da injusti�a", lamentou a petista, durante visita a obras do Projeto de Integra��o do S�o Francisco (PISF), na zona rural de Cabrob�, em Pernambuco.
"Eles sempre quiseram que eu renunciasse. Sabem por qu�? Sabem o tapete? Voc� levanta ele e esconde a sujeira debaixo. Se eu renunciar, eu vou debaixo do tapete. Mas eu n�o vou, vou ficar aqui brigando", disse. Nesta sexta-feira, 6, a comiss�o aprovou parecer do senador Antonio Anastasia (PMDB-MG) pela admissibilidade do processo de impeachment, por 15 votos a 5. A admiss�o do processo vai agora ao plen�rio do Senado. A expectativa � de que a pe�a seja lida na segunda-feira, com a vota��o pelos senadores na quarta-feira, 11 - s�o necess�rios 41 votos para a aprova��o.
Em mais uma tentativa de trazer a opini�o p�blica para o seu lado, a presidente aproveitou discurso em uma pequena cidade do interior de Pernambuco para reafirmar que o impeachment � golpe e ressaltar seus programas sociais. "Esse golpe tem um motivo. E o motivo � que o Brasil nesses 13 anos mudou: as pessoas ganharam autoestima e dignidade", falou, dando �nfase ao Bolsa Fam�lia, �s universidades federais, � ascens�o da classe m�dia.
O Nordeste foi o maior eleitorado de Dilma que disse que "nunca esquecer� disso" e que ficar� muito triste, com o cora��o partido, e ser� uma grande injusti�a se ela n�o estiver presente quando a obra estiver pronta, como presidente. "N�s (ela e Lula) lutamos para fazer essa obra. N�s fizemos o projeto", declarou. No come�o de seu discurso, inclusive, agradeceu nominalmente a todos os deputados do Nordeste que votaram contra o processo de impedimento.
"Ningu�m votou em mim por causa dos meus belos olhos, apesar de serem muito belos. Porque o povo votou em mim? Porque eu tinha um programa. O voto que voc�s me deram foi para garantir as pol�ticas sociais", falou. E emendou uma cr�tica indireta ao vice-presidente Michel Temer: "Resolvem que essa crise tem que ser enfrentada reduzindo programas sociais. Como � que algu�m vai votar em quem vai reduzir direitos, programas sociais?".
Dilma reafirmou ainda em sua fala que n�o recebeu dinheiro de corrup��o, que n�o tem conta no exterior. "N�o h� legitimidade no impeachment; esse � um golpe para compromissos sociais", disse. "Um governo deve ser julgado sempre pelas escolhas que fez. E tenho imenso orgulho das escolhas que fiz", falou, citando que uma delas � o projeto de integra��o da bacia de S�o Francisco.
Esse discurso da presidente foi em mais um evento para refor�ar a agenda positiva perto da vota��o do processo de impeachment no plen�rio do Senado, cuja aprova��o pode afast�-la da presid�ncia por 180 dias. Mais cedo, pela manh�, Dilma, no Pal�cio do Planalto, participou de cerim�nia de contrata��o de 25 mil unidades do programa Minha Casa, Minha Vida. Em seu discurso, a presidente acusou Temer de ser "c�mplice" do agora presidente afastado da C�mara, Eduardo Cunha e havia mencionado que n�o vai renunciar ao mandato.