Vota��o no plen�rio do senado ser� na quarta-feira

Bras�lia – A comiss�o especial do impeachment no Senado deu ontem o que pode ter sido o pen�ltimo passo para o afastamento da presidente Dilma Rousseff do Pal�cio do Planalto. Conforme esperado, o relat�rio do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) foi aprovado por 15 votos a 5, com absten��o do presidente do colegiado, Raimundo Lira (PMDB-PB), que votaria apenas em caso de empate. O parecer agora segue para o plen�rio, e a expectativa � de que seja lido na segunda-feira, com a vota��o pelos senadores na quarta-feira. Se aprovada tamb�m no plen�rio, a admiss�o do processo de impeachment da presidente far� com que Dilma seja afastada do cargo por at� 180 dias, at� o julgamento do m�rito do processo pela Casa. Neste per�odo, o vice-presidente Michel Temer assume a Presid�ncia da Rep�blica e poder� montar o seu governo, indicando novos ministros e outros cargos. A vota��o foi feita por meio do painel eletr�nico depois do encaminhamento dos l�deres dos partidos, que tiveram o direito de discursar por cinco minutos cada.

O l�der do governo, senador Humberto Costa (PT-PE), afirmou ter confian�a de que o resultado ser� diferente no plen�rio. “Ainda que possamos dizer que n�o � certa uma possibilidade de vit�ria, teremos sem d�vida o n�mero de votos que, l� na frente, ser� suficiente para impedir a materializa��o desse golpe”, disse. Ele afirmou ainda que n�o foi surpreendido pelo resultado da vota��o, pois os l�deres dos partidos “escolheram a dedo” os membros da comiss�o que j� tinham posicionamento firmado a favor do impeachment. Mas se disse satisfeito com a discuss�o que os governistas propuseram durante as sess�es da comiss�o: “A participa��o dos governistas foi muito cristalina e deixou absolutamente claro que o que est�o chamando de crime � apenas um pretexto para um processo pol�tico de retirada da presidente.” Sobre o relat�rio lido quarta-feira pelo senador Antonio Anastasia, Costa voltou a dizer que se tratou de um “contorcionismo ret�rico” que n�o traz “qualquer evid�ncia de qualquer crime pol�tico ou de responsabilidade praticado por Dilma.”

Segundo o l�der, ainda n�o h� posicionamento firmado sobre a possibilidade de entrar com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) - assunto que deve ser definido pelo governo. Ele seguiu chamando o impeachment de “golpe”. “O golpe de hoje n�o precisa ter armas e pared�es para se concretizar. Basta a propaga��o de uma s�rie de mentiras, de argumentos sofism�ticos e, acima de tudo, uma maioria oportunista que quer chegar ao poder sem ter o voto da popula��o”, criticou.

Antonio Anastasia defendeu o direito de o governo recorrer ao STF. “Esse recurso n�o depende de mim. Eles t�m todos os meios jur�dicos � disposi��o. Sabemos que toda a parte formal dos ritos evidentemente pode ser questionada, mas toda a compet�ncia do m�rito da decis�o cabe ao Senado”, disse. O senador parabenizou os trabalhos da comiss�o, ressaltou que esta primeira decis�o diz respeito apenas � admissibilidade do processo e que seu relat�rio ainda n�o trata do m�rito da quest�o ou de culpa da presidente. Entretanto, caso a maioria aprove a admissibilidade na vota��o marcada para a pr�xima quarta-feira, Dilma j� ser� afastada por 180 dias. Em seu discurso final na comiss�o, o senador chamou de “mau-caratismo” a atitude de senadores que atacaram seu relat�rio e sua administra��o como governador de Minas Gerais. Ele reiterou sua insatisfa��o com as cr�ticas. “Ataques pol�ticos s�o naturais. Esta � uma casa pol�tica e estamos preparados para debater no mais alto n�vel. Mas quando se trata de quest�es pessoais, evidentemente n�o fazem parte desse processo e expressam t�o somente a caracter�stica triste de alguns.”

FRAUDE O l�der do PSDB, C�ssio Cunha Lima (PB), criticou o govenro e acusou Dilma de mentir durante a campanha eleitoral. “Essa fraude fiscal empurrou o Brasil para a maior crise da sua hist�ria”, afirmou. Para ele, ela “est� sendo julgada e ser� punida por crimes de responsabilidade que cometeu”. J� a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), l�der da legenda, encaminhou contrariamente � abertura do impeachment. “Dizer que � golpe n�o est� superado. Isso � e ser� sempre caracterizado como golpe”, afirmou. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) apresentou uma quest�o de ordem pedindo a anula��o do processo alegando que ele foi deflagrado pelo presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em retalia��o por n�o ter conseguido o apoio do PT no Conselho de �tica. Ela disse que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu afast�-lo do mandato por entender que ele estava usando o cargo em seu benef�cio. O presidente da comiss�o, por�m, rejeitou a quest�o de ordem lembrando que a abertura do processo na C�mara foi aprovada pelo plen�rio por 367 votos, 25 al�m do necess�rio.

PLACAR DO IMPEACHMENT

Como votaram os senadores da comiss�o especial do afastamento de dilma

 A FAVOR (15)

» D�rio Berger (PMDB-SC)
» Simone Tebet (PMDB-MS)
» Waldemir Moka (PMDB-MS)
» Helio Jos� (PMDB-DF)
» Antonio Anastasia (PSDB-MG)
» C�ssio Cunha Lima (PSDB-PB)
» Aloysio Nunes (PSDB-SP)
» Ronaldo Caiado (DEM-GO)
» Ana Am�lia Lemos (PP-RS)
» Gladson Cameli (PP-AC)
» Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)
» Rom�rio (PSB-RJ)
» Wellington Fagundes (PR-MT)
» Jos� Medeiros (PSD-MT)
» Zez� Perrella (PDT-MG)

 CONTRA (5)

» Gleisi Hoffmann (PT-PR)
» Lindbergh Farias (PT-RJ)
» Jos� Pimentel (PT-CE)
» Telm�rio Mota (PDT-RR)
» Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)