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Estado de Minas

Delc�dio diz que Paulo Bernardo era 'operador' de Gleisi


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postado em 10/05/2016 16:13 / atualizado em 10/05/2016 16:29

O senador Delc�dio Amaral (ex-PT/MS) afirmou � Procuradoria-Geral da Rep�blica que o ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento do governo Lula e Comunica��es de Dilma) atuava como "operador" da mulher, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que foi ministra da Casa Civil de Dilma.

Em depoimento no �mbito de sua dela��o premiada, no dia 11 de abril, o ex-l�der do governo no Senado disse que Paulo Bernardo "sempre foi, desde a �poca que passou pelo Mato Grosso do Sul e at� mesmo antes, considerado um 'operador' de Gleisi Hoffmann". Segundo ele, "Paulo Bernardo sempre foi visto como um operador de muita compet�ncia".

Questionado sobre o que queria dizer com a express�o "operador", Delc�dio respondeu. "Ele (Bernardo) tinha uma capacidade forte de alavancar recursos para a campanha (de Gleisi)".

Os investigadores anotam que Delc�dio "diz isto porque acredita que em 2010 Paulo Bernardo j� captava recursos para Gleisi Hoffmann; que n�o h� incompatibilidade entre Paulo Bernardo ser ministro do Planejamento � �poca (2010) e ser operador de Gleisi; que, ao contr�rio, por ser Paulo Bernardo ministro, ele tinha bastante for�a para capta��o de recursos, at� porque uma das responsabilidades dele, como ministro do Planejamento, era gerir o or�amento da Uni�o e, como tal, tinha muita for�a."

Esses trechos da dela��o de Delc�dio foram transcritos na den�ncia de 47 p�ginas que o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, apresentou ao Supremo Tribunal Federal contra Gleisi e Paulo Bernardo por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro.

Ao final da den�ncia, Janot pede ao STF que cobre do casal e de um empres�rio empres�rio Ernesto Kugler Rodrigues, de Curitiba, R$ 2 milh�es a t�tulo de indeniza��o pelo dano ao Tesouro.

A Procuradoria e a Pol�cia Federal afirmam que a senadora foi benefici�ria de repasse de R$ 1 milh�o do esquema de propinas instalado na Petrobr�s desmontado pela Lava Jato. O dinheiro chegou � campanha da petista em quatro parcelas de R$ 250 mil, sustenta a Procuradoria.

"Os denunciados tinham plena ci�ncia do esquema criminoso e da origem das quantias il�citas, tendo atuado concertadamente, em divis�o de tarefas", descreve Janot. Al�m do ex-ministro de Lula e Dilma e de Gleisi, foi denunciado Ernesto Kugler Rodrigues, amigo do casal.

O ponto de partida da investiga��o foi a colabora��o de outro personagem da Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, primeiro delator da for�a-tarefa. Ele revelou a entrega daquele valor a pedido de Paulo Bernardo.

Na agenda de Paulo Roberto, apreendida pela PF, foram identificadas anota��es que, segundo o ex-diretor da estatal petrol�fera, s�o a pista da propina de R$ 1 milh�o. Ao lado das iniciais PB - que, segundo o delator, significam Paulo Bernardo - aparece o n�mero 1,0, refer�ncia � soma.

"Paulo Bernardo encarregou-se de transmitir a solicita��o da vantagem indevida a Paulo Roberto Costa, no in�cio de 2010, em local n�o precisamente identificado, e de comandar o seu recebimento, enquanto Ernesto Kugler Rodrigues encarregou-se de receber materialmente a propina, ao longo de 2010, em Curitiba, a qual se destinava a custear a campanha eleitoral de Gleisi Helena Hoffmann, em favor de quem ambos atuavam", descreve o procurador-geral.

Janot refor�a o papel de Paulo Bernardo. "� �poca, era ministro do Planejamento, Or�amento e Gest�o, fun��o ocupada desde o in�cio de 2005, figurando como forte quadro do PT, com tr�s mandatos de deputado federal, agremia��o partid�ria que comandava o governo federal e que tinha perspectivas concretas de continuar a faz�-lo, com a elei��o presidencial. Tanto � assim que Paulo Bernardo, ao deixar o Minist�rio do Planejamento, Or�amento e Gest�o, passou a ocupar o Minist�rio das Comunica��es, do in�cio de 2011 at� o in�cio de 2015 - ambas fun��es com poder de influ�ncia no c�rculo decis�rio do governo federal."

Depois, o procurador aponta para a senadora. "O mesmo se diga de Gleisi Hoffmann, esposa de Paulo Bernardo. Em 2010, Gleisi j� sobressa�a como figura expoente do PT, tendo-se lan�ado como forte candidata ao Senado. Tanto � assim que Gleisi foi de fato eleita senadora e, em meados de 2011, foi nomeada ministra-chefe da Casa Civil, fun��o na qual permaneceu at� 2014, o que ilustra o seu potencial � �poca, para al�m da elei��o para o cargo de senadora, de ocupar fun��es com poder de influ�ncia no c�rculo decis�rio do governo federal."

Janot considera que Paulo Roberto, ent�o um dos mais importantes dirigentes da Petrobras, cedeu ao pedido de Paulo Bernardo porque precisava de "apoio pol�tico", inclusive do PT, para se manter na estatal. "Paulo Roberto anuiu com o pagamento da vantagem indevida solicitada por Paulo Bernardo em favor de Gleisi, dada a import�ncia do PT e de ambos para a sua manuten��o no cargo de diretor de Abastecimento da Petrobras, levando em conta o respectivo exerc�cio de fun��es de relevo no Governo Federal, inclusive em perspectiva para o mandato presidencial que se iniciaria no ano seguinte."

Segundo a den�ncia, o pagamento do R$ 1 milh�o foi "operacionalizado" pelo doleiro Alberto Youssef, outro delator da Lava Jato e ent�o parceiro de Paulo Roberto Costa. "O pagamento da vantagem indevida, por ordem de Paulo Roberto, foi operacionalizado por Alberto Youssef, que era o respons�vel, na estrutura da organiza��o criminosa subjacente, por receber as propinas das empresas que contratavam na �rea da Diretoria de Abastecimento da Petrobras e por repass�-las a agentes pol�ticos, tudo mediante estrat�gias de lavagem de dinheiro."

"O montante, ap�s recebido, foi utilizado na campanha de Gleisi, sem contabiliza��o ou qualquer registro", acusa Janot. "Toda essa sistem�tica de pagamento e frui��o dos valores foi concebida por todos os envolvidos para ocultar e dissimular a natureza, origem, movimenta��o e propriedade das quantias il�citas, consubstanciadas em propina (corrup��o passiva), a qual foi disponibilizada por interm�dio de organiza��o criminosa."

Janot observa que, � Pol�cia Federal, Gleisi e Paulo Bernardo "foram incisivos ao negar qualquer participa��o daquele (Paulo Bernardo) na arrecada��o de recursos para a campanha em 2010".

"Todavia, o desempenho dessa fun��o por Paulo Bernardo, como um verdadeiro 'operador' de sua esposa, inclusive valendo-se da import�ncia do Minist�rio ent�o por ele ocupado, exatamente como dito por Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, que o apontaram como solicitante da vantagem indevida em favor da denunciada, al�m de ter vindo � tona em outra investiga��o, foi corroborado por Delc�dio Amaral e Ricardo Pessoa."

Quando a den�ncia do procurador-geral foi tornada p�blica, no s�bado, 7, a defesa de Gleisi divulgou nota subscrita pelos advogados Rodrigo Mudrovitsch e Veronica Abdala Sterman. "Todas as provas que constam no inqu�rito comprovam que n�o houve solicita��o, entrega ou recebimento de nenhum valor por parte da Senadora", afirma a nota. "A den�ncia sequer aponta qualquer ato concreto cometido. Baseia-se apenas em especula��es que n�o s�o compat�veis com o que se espera de uma acusa��o penal."

Os advogados tamb�m falaram pelo ex-ministro Paulo Bernardo. “As refer�ncias ao ex-ministro Paulo Bernardo na den�ncia baseiam-se em declara��es contradit�rias e inveross�meis. N�o houve qualquer envolvimento dele com os fatos narrados na den�ncia. Demonstraremos isso com veem�ncia e acreditamos que a den�ncia n�o pode ser recebida”. A decis�o cabe ao Supremo Tribunal Federal.


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