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Estado de Minas

Dilma deixa hoje o Pal�cio do Planalto

Dilma recebe hoje a notifica��o do seu afastamento da Presid�ncia. Acompanhada de ministros e de Lula, ela deixar� o Pal�cio do Planalto pela porta da frente, mas vai evitar a rampa


postado em 12/05/2016 06:00 / atualizado em 12/05/2016 07:12

Depois de 1.978 dias na Presidência da República, Dilma Rousseff deixa hoje o Palácio do Planalto, para dar lugar a Michel Temer (foto: Lula Marques/Agência PT)
Depois de 1.978 dias na Presid�ncia da Rep�blica, Dilma Rousseff deixa hoje o Pal�cio do Planalto, para dar lugar a Michel Temer (foto: Lula Marques/Ag�ncia PT)

Bras�lia - A presidente Dilma Rousseff come�a a escrever hoje nova fase da sua hist�ria. Ex-guerrilheira, torturada na ditadura militar e primeira mulher a comandar o pa�s, a petista inclui em seu curr�culo o afastamento do Pal�cio do Planalto por at� 180 dias, enquanto senadores analisam o m�rito do seu processo de impeachment. Antes de deixar o Pal�cio do Planalto, onde ficou por 1.978 dias no poder, ela far� pronunciamento assim que for notificada pelo Senado, no Sal�o Leste do Pal�cio. Em seguida, deixar� o pr�dio e se juntar� aos manifestantes em frente ao pal�cio. A previs�o inicial do Senado � de que Dilma seja notificada oficialmente do afastamento �s 10h, no gabinete presidencial, no terceiro andar do pal�cio. O documento com a informa��o de que ela fica afastada ser� levado, para sua assinatura, pelo primeiro-secret�rio do Senado, Vicentinho Alves (PR-TO). Em seguida, Dilma autorizar� a divulga��o de pronunciamento gravado nessa quarta-feira (11) no Pal�cio da Alvorada. Inicialmente, havia o interesse de o v�deo ir ao ar em cadeira nacional de r�dio e TV. Mas um impasse jur�dico fez com que a equipe desistisse e resolvesse disponibilizar o material na internet. (Veja como foi a sess�o do Senado que aprovou o afastamento de Dilma).

Dilma deixar� o Pal�cio do Planalto acompanhada dos ministros e do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. N�o descer� a rampa presidencial, como estava previsto. Sair� pela porta do t�rreo e seguir�, no comboio presidencial, em carro fechado, at� o Pal�cio da Alvorada, acompanhada dos ministros mais pr�ximos. O vice-presidente Michel Temer (PMB-RJ) deve ser notificado pelo Senado �s 11h. Em seguida, ele assume o governo por at� 180 dias, prazo em que Dilma ser� julgada pelo Senado. Ele dar� posse aos ministros e far� pronunciamento � tarde. Temer quer evitar um v�cuo de poder e se apresentar � popula��o brasileira com um discurso em que tentar� passar confian�a ao mercado e aos benefici�rios dos programas sociais do governo. Mas s� deve fazer o pronunciamento no Planalto - tamb�m � imprensa, sem valer-se da rede nacional de r�dio e TV oficialmente - depois que a presidente deixar o pal�cio. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que ser� o condutor do processo no Senado, deve ir hoje � tarde ao Senado, onde receber� do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), a presid�ncia de todos atos do processo de impeachment. Vai nomear dois assessores do STF para serem auxiliares oficiais dele na condu��o do processo.

Segundo a Secretaria de Comunica��o do Planalto, o pronunciamento da presidente ser� no menor sal�o para cerim�nias no pal�cio: o Sal�o Leste. Estava prevista tamb�m uma caminhada de Dilma, assessores e militares do Planalto at� o Pal�cio da Alvorada, que se transformar� em bunker de resist�ncia da petista, mas a ideia foi descartada. Na reuni�o ministerial dessa quarta-feira (11), ficou definido que Dilma vai exonerar hoje todos os ministros, secret�rios-executivos e secret�rios nacionais. Apenas Alexandre Tombini (Banco Central) e Ricardo Leyser (Esporte) n�o ser�o demitidos. O �ltimo, para n�o descontinuar as a��es das Olimp�adas. Tombini deve ficar at� junho para evitar qualquer tipo de turbul�ncia econ�mica. Cada pasta ter� um respons�vel por transmitir a seu sucessor informa��es sobre a �rea, dados relativos �s finan�as e � gest�o de programas. O governo rejeita o termo “transi��o” por considerar que o governo de Michel Temer � ileg�timo. Ainda assim foram preparados relat�rios para serem passados � frente. “� uma presta��o de informa��es”, diz um auxiliar de Dilma.

EQUIPE Na resid�ncia oficial, a presidente deve contar com uma equipe a acompanhar suas atividades at� o julgamento do m�rito no Senado. Na comunica��o, estar�o o jornalista Ol�mpio Cruz e o fot�grafo Roberto Stuckert. Tamb�m continuar�o com Dilma Sandra Brand�o, conhecedora de todos os n�meros de programas do governo, o assessor especial Bruno Monteiro; e o subchefe de assuntos jur�dicos da Casa Civil, Jorge Messias, que teria levado o termo de posse ao ex-presidente Lula, conforme grava��o da Pol�cia Federal. A expectativa � que a edi��o do Di�rio Oficial da Uni�o (DOU) de hoje traga cerca de 700 exonera��es. Os ministros devem encaminhar os pedidos de quarentena � Comiss�o de �tica P�blica da Presid�ncia. O colegiado deve avaliar caso a caso. Eles devem ter direito a seis meses de remunera��o e n�o podem assumir nenhum outro cargo nesse per�odo.

SEM APARI��ES Nessa quarta-feira (11), Dilma evitou apari��es p�blicas, enquanto o Senado realizava a sess�o que discutiu seu afastamento. Ao longo de um dia de tens�o, a presidente s� foi flagrada pelas c�meras de fot�grafos e cinegrafistas �s 7h25, quando caminhou pelo bosque do Pal�cio da Alvorada, e �s 19h, apareceu na vidra�a de seu gabinete de trabalho no Pal�cio do Planalto ao lado do ministro Jaques Wagner, do Gabinete Pessoal da Presid�ncia. Enquanto a discuss�o do impeachment avan�ava no Congresso, Dilma recebeu poucos auxiliares. Estavam entre eles, al�m de Wagner, o ministro Jos� Eduardo Cardozo, da Advocacia-Geral da Uni�o, e o assessor especial Giles Azevedo, aliado fiel da petista. Como de costume, Dilma acordou cedo, mas n�o fez o habitual passeio de bicicleta matinal com seguran�as pelas pistas nas proximidades do Alvorada. Ela se limitou a caminhar na �rea verde em volta do pal�cio. Estava acompanhada apenas pelo chefe de sua seguran�a e um outro auxiliar.

Diferentemente dos dias de discuss�o de seu afastamento pela C�mara e da sess�o em que os deputados deram o primeiro aval pela admissibilidade do processo de impeachment, em 17 de abril, Dilma preferiu evitar visitas e conversas prolongadas com aliados e interlocutores. Simpatizantes da presidente e militantes do PT tampouco apareceram nas vias de acesso ao Alvorada. A resid�ncia oficial tornou-se um lugar de absoluto isolamento. Desde o fim do m�s passado, os dois acessos ao Alvorada foram bloqueados pela seguran�a da Presid�ncia em trechos a cerca de um quil�metro da portaria principal. Isso impediu o acesso de jornalistas � sala de imprensa existente no local. Fazer imagens da presidente ou dos visitantes do pal�cio exigiu c�meras de alta aproxima��o. O esquema de seguran�a tamb�m fechou a Pra�a dos Tr�s Poderes. O clima de feriado, com as pistas em volta sem carros e pedestres, por�m, contrastou com o tumulto e os engarrafamentos de vias de outras �reas da capital federal. Durante todo o dia, Bras�lia se dividiu em duas cidades, com uma regi�o agitada e congestionada, mas sem grandes manifesta��es pol�ticas, e outra silenciosa, quase buc�lica.


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