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Estado de Minas

Senadores alvos da Lava Jato apoiam o afastamento de Dilma


postado em 12/05/2016 09:31

Bras�lia, 12 - A maioria dos senadores alvos da Opera��o Lava Jato apoiou a abertura do impeachment. Dos 14 implicados no maior esc�ndalo de corrup��o do Pa�s - aqueles que t�m pedidos de inqu�rito em an�lise ou j� s�o investigados ou denunciados perante o Supremo Tribunal Federal (STF) -, foram 12 os que votaram no plen�rio do Senado. Na manh� desta quinta-feira, 12, nove disseram sim ao afastamento da presidente Dilma Roussef, alguns levantando quest�es morais e �ticas. Outros tr�s, todos do PT, foram contra o processo.

Os integrantes da bancada do PMDB suspeitos de desviar recursos da Petrobras e do setor el�trico se alinharam a favor do impeachment. Ex-l�der dos governos Lula e Dilma, agora cotado para assumir o Minist�rio do Planejamento na gest�o Temer, Romero Juc� (RR) � investigado por ind�cios de que praticou corrup��o passiva, lavagem de dinheiro e forma��o de quadrilha. Ao justificar sua posi��o, falou da conduta supostamente criminosa da petista.

"Quantas impress�es digitais s�o necess�rias para denunciar um criminoso? Uma. N�s temos tr�s e essas tr�s impress�es digitais foram cometidas n�o no final do ano, mas no per�odo em que a lei deveria ser responsabilizada e cumprida", afirmou, referindo-se �s manobras fiscais do governo petista. Ele foi acompanhado por Edison Lob�o (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia de Lula e Dilma, e Valdir Raupp (PMDB-RO).

Primeiro presidente deposto ap�s a redemocratiza��o, Fernando Collor de Mello (PTC-AL) evocou "Ru�nas de um governo", obra de Rui Barbosa, escrita em 1931, ao iniciar sua fala. O trecho citado em plen�rio foi usado por Barbosa Lima Sobrinho, ent�o presidente da Associa��o Brasileira de Imprensa, como introito do processo aberto contra ele em 1992. Diz que todas as crises vividas pelo Brasil, entre as quais as pol�ticas e econ�micas, s�o apenas sintomas de uma crise "suprema", a moral.

O ex-presidente disse ter sido alvo de um processo c�lere e sum�rio no Senado, mas que dois anos depois foi absolvido no STF, sem conseguir recuperar direitos pol�ticos. Na mesma corte, atualmente, ele hoje est� denunciado por envolvimento em esquema de corrup��o na BR Distribuidora, o que teria lhe rendido R$ 26 milh�es em propinas.

Tamb�m apoiaram o impeachment de Dilma dois integrantes do PP implicados na opera��o: o presidente nacional da legenda, Ciro Nogueira (PI), e Benedito de Lira (AL). O partido tem o maior n�mero de pol�ticos citados na Lava Jato e anunciou o desembarque do governo petista recentemente, ap�s uma rebeli�o da bancada na C�mara.

"O que se d� nesta hist�rica sess�o compara-se ao que, no Direito Penal, se chama de aceita��o da den�ncia. N�o estamos prejulgando, n�o estamos estabelecendo culpados ou inocentes. Estamos, t�o somente, reconhecendo que h� ind�cios que merecem ser investigados com mais aten��o para que nossa decis�o final, l� na frente, seja fruto de convic��es firmes, ap�s as raz�es de ambos os lados terem sido ouvidas", alegou Lira.

Tamb�m apoiaram o afastamento Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), ex-ministro da Integra��o Nacional de Dilma; e os tucanos A�cio Neves (MG) e Aloysio Nunes Ferreira (SP).

Alvo de pedido de investiga��o apresentado pelo procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, A�cio citou o clamor popular pela "�tica" em seu discurso e destacou a "irresponsabilidade" do governo Dilma na gest�o das contas p�blicas, o que, para ele, conduziu � crise econ�mica.

O tucano, que ficou em segundo lugar nas elei��es presidenciais de 2014, � suspeito de atuar para maquiar as contas do Banco Rural durante a CPI dos Correios, que investigou o esc�ndalo do mensal�o; e de ser o benefici�rio de um esquema de corrup��o em Furnas. A solicita��o de Janot foi feita com base na dela��o premiada do senador cassado Delc�dio Amaral (sem partido, ex-PT-MS). O ministro do STF Gilmar Mendes autorizou nesta quinta-feira a abertura do inqu�rito sobre o tucano.

"Foi o povo que fez isso. Foram os brasileiros, em primeiro lugar, que foram �s ruas de todas as partes do Brasil, sem exce��o, para dizer um basta definitivo a tanto desprezo � verdade, � �tica e � corre��o na gest�o da coisa p�blica", discursou. "Foi exatamente o descontrole da economia, conduzido pelo Governo da atual presidente da Rep�blica, que levou o Brasil a dois anos de queda expressiva de seu produto interno e � maior recess�o de toda a nossa hist�ria republicana", acrescentou.

Investigado num inqu�rito em curso no Supremo, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que foi vice na chapa de A�cio em 2014, declarou que a presidente seria afastada e n�o retomaria o poder. "A presidente perdeu a condi��o de governar este Pa�s em 2013", disse.

Nunes passou a ser investigado por crime eleitoral depois que o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, afirmou em dela��o premiada ter feito doa��o de caixa dois para sua campanha. O caso � um desdobramento da Lava Jato e est� sob relatoria do ministro Celso de Mello no Supremo.

Tamb�m alvo da Lava Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comandava a sess�o e n�o votou. Jader Barbalho (PMDB-PA) n�o compareceu por motivo de sa�de.

Os �nicos tr�s investigados na Lava Jato que se posicionaram contra a deposi��o de Dilma, da bancada do PT, s�o suspeitos de receber dinheiro desviado da Petrobras para abastecer suas campanhas. Trata-se de Humberto Costa (PE), Lindbergh Farias (RJ) e Gleisi Hoffmann (PR). Eles foram citados nas dela��es premiadas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. No plen�rio, com veem�ncia, defenderam a "honestidade" de Dilma e denunciaram a falta de base jur�dica para o afastamento.

"O acordo esp�rio que sustenta esse golpe vergar� o Estado democr�tico de direito, banalizar� o impeachment como instrumento constitucional e abrir� um precedente perigos�ssimo na nossa jovem democracia para submeter a sustenta��o de qualquer Chefe do Executivo, a partir de agora, �s pesquisas de opini�o p�blica, o que nos trar� um s�ria instabilidade jur�dica e destruir� a solidez das nossas institui��es", declarou Costa, que era l�der do governo at� esta quinta-feira.

Gleisi, denunciada ao STF no �ltimo s�bado por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro, afirmou que o processo de impeachment foi patrocinado pelo PSDB, derrotado nas elei��es de 2014, e est� repleto de atos supostamente viciados, entre eles os praticados pelo presidente afastado da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em suposta retalia��o contra o governo petista.

"Os pressupostos jur�dicos que est�o usando hoje para julgar a presidenta Dilma n�o valer�o para mais ningu�m. Essa r�gua com que medem a presidenta, com que medem os governos do PT, n�o medir� mais nenhum outro governante, n�o medir� e n�o est� medindo nenhum outro partido. Esse instrumento foi concebido agora para cancelar o resultado das elei��es de 2014, o que, ali�s, se tenta desde 2015. Por isso, dizemos que � uma farsa pol�tica, que � uma fraude jur�dica", discursou a senadora.


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