Bras�lia - Respons�vel pela articula��o pol�tica do governo Temer, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), considera que, apesar de um poss�vel ressentimento e acusa��es de golpe, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva dever� ser procurado para ajudar na busca por alternativas para sair da crise pol�tica e econ�mica. “N�o tenho nenhuma dificuldade de di�logo com o ex-presidente Lula e tenho certeza de que, passado este momento de emo��o, Lula, na condi��o de ex-presidente, haver� de dar sua contribui��o para o distensionamento”, afirmou. O peemedebista minimizou o fato de Temer ter chegado ao comando do pa�s sem o respaldo social: “� medida que a economia embique para cima, tenho absoluta certeza de que a sociedade como um todo e os movimentos sociais v�o apoiar o governo”.
Geddel diz ter “muito carinho” e respeito pelo ex-presidente Lula, apesar de diverg�ncias que ele atribui � “falta de habilidade e aptid�o” da presidente afastada Dilma Rousseff. “N�o creio que algu�m que presidiu o pa�s possa querer que o Brasil afunde ainda mais nesta crise econ�mica”, avalia ele em refer�ncia a Lula. Quanto � oposi��o que ser� feita ao governo provis�rio por petistas, ele tamb�m � enf�tico: “Espero que continuem fortes e aguerridos. Governo sem oposi��o n�o � bom, se acomoda. Vamos ter um governo pronto para o di�logo, mas tamb�m muito combativo”.
O ministro diz que Temer deixou sinalizado com clareza no seu discurso que “confiabilidade, previsibilidade e di�logo” ser�o as bases das propostas que precisam ser feitas para que o mercado e a sociedade acreditem no governo. “Creio que o ministro Meirelles (Henrique, da Fazenda) tem deixado bastante claro que tratar� de medidas como a desvincula��o or�ament�ria e limites de crescimento da d�vida”, avalia Geddel, para quem haver� tamb�m prioridade na quest�o das PPPs (parcerias p�blico-privadas), das concess�es.
SEM TRANSI��O Ele reclama tamb�m da falta de transi��o de governo. “Para ter uma no��o, na Secretaria de Governo foi deixada, de forma at� desatenciosa, apenas uma apostila, nenhum dado a mais”. Segundo ele, a equipe t�cnica trabalha para recuperar dados a fim de manter as atividades dos minist�rios. “Vamos tentar fazer com a urg�ncia necess�ria que a economia precisa, que a sociedade quer, mas com a cautela exigida para que n�o sejam cometidos erros. Queremos fazer as coisas depois de dialogar, depois de mostrar � base aliada, depois de ouvir”, garante.
O novo ministro afirma tamb�m que o governo n�o vender� ilus�es. Vamos apresentar propostas concretas, buscar ades�o e trabalhar para que d� certo. Vamos apresentar metas, projetos exequ�veis e que sejam cumpridos. O que o mercado, o povo brasileiro e o mundo querem � um pa�s previs�vel, com seguran�a jur�dica, que desperte o apetite do investidor. E tendo um ministro da Fazenda com a capacidade do Meirelles acredito que vai dar certo”, diz.