Manifestantes pr� e contra o impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff se estranharam em frente � sede da Federa��o da Ind�stria do Estado de S�o Paulo (Fiesp) no in�cio da noite de hoje (15). Embora ambos defendam a sa�da do presidente interino Michel Temer, houve empurra-empurra, gritos, provoca��o e tens�o entre os dois lados. Neste momento, o clima continua tenso, mas sem agress�o, ainda que os dois lados continuem se provocando.
A Pol�cia Militar n�o interveio no empurra-empurra, mas criou uma linha de policiais em frente �s barracas para defender os manifestantes acampados em frente ao pr�dio da Fiesp desde meados de mar�o e que est�o em menor n�mero hoje.
A reportagem, que acompanhou todo o ato de hoje, n�o percebeu o in�cio da briga, mas conversou com representantes de ambos os lados, que jogaram a responsabilidade para o opositor.
“Eles [manifestantes contr�rios a ela] ficam gritando 'sem viol�ncia', mas vieram aqui pichar e quebrar nossas placas. O caso mais grave foi um menino que veio chutar nossas barracas e que tentou me bater”, informou Bibiana. A reportagem flagrou a estudante tamb�m provocando os manifestantes, colocando as m�os nos olhos e fingindo chorar, o que gerou bastante revolta no lado oposto.
“Isso foi depois que eles quebraram o acampamento. Antes deles atacarem, n�o saiu nenhuma provoca��o nossa”, disse Bibiana. “N�s tamb�m gritamos Fora Temer. Tamb�m queremos o fim da corrup��o, mas n�o somos indignados seletivos”, acrescentou.
Do outro lado, o militante petista Rafael Monico, 30 anos, afirmou que um rapaz acampado em frente � sede da Fiesp iniciou as provoca��es. “O que acontece � que, na hora em que o ato foi chegando, um rapaz saiu dali [das barracas] com um peda�o de pau e quis agredir duas ou tr�s pessoas. E a� come�ou a confus�o”. Monico negou que o grupo tenha provocado os que est�o acampados ali desde mar�o.
“A decis�o era passar pela Paulista inteira. A Paulista � do povo. A Paulista � hoje aberta para o povo de forma democr�tica para que todos possam se manifestar politicamente e culturalmente. Foi isso que fizemos hoje. Sab�amos que, ao passarmos por aqui, ter�amos isso, mas n�o podemos deixar de passar porque tem um pessoal aqui que � contra”, acrescentou.
“Eles [tamb�m] defendem o Fora Temer, mas n�s achamos que isso [o impeachment] � um golpe e eles n�o. Temos uma quest�o que � muito clara: o Temer est� a� h� 72 horas e j� mudou muito o governo, tirando mulheres e negros. E n�s defendemos a democracia”.
Caminhada
Os manifestantes contr�rios ao impeachment fizeram hoje uma grande caminhada por S�o Paulo. O protesto foi iniciado por volta das 15h20, na Pra�a do Ciclista, na Avenida Paulista, passou pela Rua da Consola��o e foi at� a Pra�a Roosevelt, onde os milhares de manifestantes presentes ao ato fizeram uma r�pida assembleia e decidiram voltar para a Avenida Paulista, subindo pela Rua Augusta.
O ato seria encerrado na frente da Fiesp, onde eles chegaram por volta das 18h. Na Fiesp, os manifestantes sentaram no ch�o e gritaram palavras de protesto contra a entidade, dizendo que ela apoiou a ditadura e o impeachment de Dilma. Parte dos manifestantes decidiu continuar em caminhada pela Paulista, sentido Para�so, quando se encontraram com o grupo acampado ao lado da Fiesp desde mar�o e que apoiou o impeachment de Dilma. Os grupos se provocaram e se empurraram at� que outros manifestantes tentassem separ�-los.
Neste momento, parte do grupo de manifestantes contr�rios ao impeachment permanece em frente � sede da Fiesp e, vez ou outra, provocam ou s�o provocados pelos manifestantes a favor do impeachment.