Bras�lia - Senadores dos dois lados da batalha do impeachment querem vincular o calend�rio do processo ao tempo de mandato de Ricardo Lewandowski como presidente do Supremo Tribunal Federal. Com isso, a expectativa � realizar o julgamento final de Dilma Rousseff at� 10 de setembro, data em que Lewandowski passar� o comando da Corte para C�rmen L�cia. O prazo tamb�m permite a conclus�o do processo antes das elei��es municipais de outubro. O afastamento de 180 dias de Dilma termina em novembro, prazo no qual o processo deve estar conclu�do. Os parlamentares acreditam que seria melhor ter o mesmo ministro no comando do processo para evitar que haja qualquer contradi��o de posicionamento sobre a dire��o dos trabalhos. Eles ressaltam que Lewandowski acompanha o caso desde o in�cio, tendo socorrido tanto deputados quanto senadores diante de questionamentos. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), j� teve alguns encontros com ele desde abril.
Al�m disso, os parlamentares avaliam que o atual presidente da Corte � mais afeito ao meio pol�tico do que sua sucessora. Apesar de ter sua origem vinculada ao PT e ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, Lewandowski � respeitado pela oposi��o e j� prometeu aos senadores que ter� uma atua��o “equidistante” no processo. “Acaba em setembro, conduzido pelo ministro Lewandowski”, prev� um experiente senador do PMDB.
No caso de Fernando Collor, em 1992, foram dois meses e 27 dias entre a admissibilidade do impeachment e o afastamento definitivo. Os dois lados sa�ram com uma boa impress�o da primeira reuni�o, quinta-feira passada. Al�m de prometer uma postura imparcial, Lewandowski tranquilizou os parlamentares sobre o temor de que poderiam ocorrer interfer�ncias no cotidiano dos trabalhos. Ele afirmou que atuar� apenas como inst�ncia recursal e que suas decis�es visar�o sempre a levar o processo pelo caminho tra�ado pelo precedente de 1992, ainda que pequenas altera��es sejam aceitas.
A abertura do processo de impeachment foi aprovada em 17 de abril no plen�rio da C�mara dos Deputados e na quarta-feira da semana passada no plen�rio do Senado. Como a vota��o na segunda casa legislativa foi por ampla maioria, a expectativa � de que o afastamento definitivo da petista tamb�m passe sem problema no julgamento final.