A exce��o � Ronaldo Nogueira (Trabalho). Quando concorreu a vaga de deputado federal pelo PTB do Rio Grande do Sul, o agora ministro recebeu R$ 393 mil em doa��es. Na sua presta��o de contas n�o h� registro de empresas citadas na Lava Jato.
Os que declararam doa��es de empresas que est�o na mira da Lava Jato foram Jos� Serra (Rela��es Exteriores), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), Blairo Maggi (Agricultura), Maur�cio Quintela (Infraestrutura, Portos e Avia��o), Raul Jungmann (Defesa), Mendon�a Filho (Educa��o e Cultura), Leonardo Picciani (Esporte), Osmar Terra (Desenvolvimento Agr�rio), Fernando Coelho Filho (Minas e Energia), Bruno Ara�jo (Cidades) e Ricardo Barros (Sa�de).
Deste grupo, o maior beneficiado � Henrique Eduardo Alves (PMDB). Na campanha para governador do Rio Grande do Norte, o ent�o candidato declarou � Justi�a Eleitoral ter recebido um total de R$ 7,8 milh�es das empresas acusadas ou investigadas pelo envolvimento no esquema de desvios de recursos da Petrobr�s.
O valor � 34% dos R$ 23 milh�es declarados como doa��es na presta��o de contas de 2014 do peemedebista. As doa��es foram feitas principalmente pela Odebrecht (R$ 5,5 milh�es) e Queiroz Galv�o (R$ 2,1 milh�es). Galv�o Engenharia (R$ 200 mil) e Andrade Gurierrez (R$ 100 mil) tamb�m doaram. Alves foi derrotado por Robinson Faria (PSD) no segundo turno.
Presos. Geddel Vieira Lima declarou ter recebido R$ 7,1 milh�es em doa��es eleitorais na campanha de 2014 para o Senado pelo PMDB da Bahia. Deste valor, R$ 2,3 milh�es foram repassados por empresas que tiveram seus presidentes presos na Lava Jato - as empreiteiras baianas Odebrecht (R$ 1,7 milh�o) e UTC (R$ 75 mil) e o Banco BTG Pactual. Geddel n�o conseguiu se eleger.
Jos� Serra (PSDB-SP) tamb�m ultrapassou a casa dos milh�es em doa��es de empresas citadas na Lava Jato. Na campanha para o Senado, o tucano declarou ter recebido R$ 1,2 milh�o da OAS e R$ 856 mil da Andrade Gutierrez. Serra declarou R$ 10 milh�es em doa��es naquele ano.
Tanto os pol�ticos quanto as empresas doadoras argumentam que as doa��es s�o legais, previstas na legisla��o. A Lava Jato, por�m, trabalha com a hip�tese de que doa��es declaradas de campanha tenham sido usadas como parte de pagamento de propina em troca de vantagens.
Alves e Geddel, al�m de Romero Juc�, s�o alvos de investiga��es na Lava Jato. O ministro do Turismo � suspeito de receber dinheiro do dono da OAS, L�o Pinheiro, em troca de favores no Legislativo e em tribunais. Em dezembro, sua casa foi alvo de busca e apreens�o da Pol�cia Federal.
Geddel, que passou a ser respons�vel relacionamento do governo com o Congresso, aparece nas mensagens captadas pela Pol�cia Federal com L�o Pinheiro em que tratam de interesses da OAS em �rg�os do governo, entre eles a Caixa Econ�mica Federal - da qual o agora ministro era vice-presidente.
“Turma”. Ao monitorar as mensagens de Pinheiro, os investigadores da Lava Jato flagraram mensagens em que o ent�o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), menciona o pagamento de R$ 5 milh�es a Temer e reclama de compromissos adiados com a “turma”, que incluiria Geddel e Alves.
Os peemedebistas, no entanto, t�m alegado que o valor se refere a doa��o oficial, devidamente registrada, feita pela empreiteira ao partido. Tanto Alves quanto Geddel admitem ter tratado com Pinheiro de quest�es de interesse dele, mas negam irregularidades no relacionamento com o empreiteiro.
Os nomes de oito ministros de Temer aparecem na chamada “superlista da Odebrecht”. A planilha com a indica��o de pagamentos feitos pela empreiteira a pol�ticos foi encontrada pela for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato na casa do ex-presidente de Infraestrutura da empreiteira Benedicto Barbosa Silva Junior, no Rio, em mar�o.
S�o Jos� Serra, Henrique Eduardo Alves, Raul Jungmann, Mendon�a Filho, Osmar Terra, Bruno Ara�jo e Romero Juc�. A superlista da Odebrecht relaciona um total de 279 pol�ticos ligados a 24 partidos pol�ticos.
Um levantamento feito pelo Estado comparou os valores da planilha com as presta��es de contas entregues � Justi�a Eleitoral. Em diversos casos os n�meros da planilha eram superiores aos declarados, indicando poss�vel caixa 2.