S�o Paulo, 17 - O marqueteiro do PT Jo�o Santana, preso desde 23 de mar�o alvo da 23� fase da Opera��o Lava Jato, pediu absolvi��o dos crimes de organiza��o criminosa, corrup��o e lavagem de dinheiro em sua defesa pr�via apresentada na Justi�a Federal, em Curitiba. No processo em que � r�u junto com a mulher, M�nica Moura, e o empreiteiro Marcelo Odebrecht, ele admitiu manter recursos n�o declarados fora do Pa�s.
"Resta evidenciado que nenhum crime foi perpetrado pelo defendente, a n�o ser o de manter divisas n�o declaradas fora do Pa�s. A den�ncia, em elucubra��es pouco condizentes com a realidade, n�o logra demonstrar uma s� conduta do Peticion�rio que incorra na pr�tica de um delito, seja ele a organiza��o criminosa, seja ele a lavagem de ativos", sustenta o criminalista Fabio Tofic.
O marqueteiro fez as campanhas presidenciais de Dilma Rousseff (2010 e 2014) e Luiz In�cio Lula da Silva. Ele foi preso na Opera��o Acaraj� - refer�ncia � propina - acusado pelo recebimento de US$ 7,5 milh�es da Odebrecht e do operador de propinas Zwi Skornicki, em conta secreta na Su��a.
"A den�ncia n�o logrou, em momento algum, indicar elementos v�lidos e consistentes no sentido de que Jo�o era um integrante consciente de qualquer esquema criminoso - utilizou, isso sim, de argumentos ret�ricos e frases de efeito, para tentar provar um ponto que jamais pode se sustentar", afirma a defesa. "Para concluir, vale ressaltar que a despeito de todos esfor�os e artif�cios, o MPF n�o encontrou uma m�nima prova, evid�ncia ou ind�cio, nem mesmo gratuitamente testemunhal, que pudesse ligar o acusado a pr�ticas diretas ou indiretas de lavagem de capitais."
Erro
O advogado diz que nem a "t�o bem-sucedida e aplaudida" Lava Jato est� livre de cometer erros. "Mas, mesmo uma opera��o t�o bem-sucedida e aplaudida em todo Pa�s, n�o est� livre de cometer erros, excessos e injusti�as", sustenta Tofic. Para ele, a acusa��o tem "tom ret�rico" e � pobre de "provas e argumentos".
"A opera��o Lava Jato resgatou um pouco da moralidade p�blica que o Pa�s havia perdido - ou nunca teve; precisa agora resgatar o drama humano individual que se esconde por detr�s de cada excesso acusat�rio, de cada estr�pito das grades que se fecham, anunciando ao prisioneiro o fim de mais um dia de agonia muda vivida sob os escombros de uma acusa��o em massa."
M�nica Moura, sua mulher e s�cia, negocia acordo de dela��o premiada com a Procuradoria e, por isso, constituiu outro defensor. Em sua defesa, ela pediu absolvi��o.