Lula articula com senadores do PT estrat�gia de revers�o de votos anti-Dilma

Bras�lia, 17 - O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva decidiu nesta ter�a-feira, 17, articular uma estrat�gia para reverter votos que levaram, quinta-feira passada, 12, ao afastamento da presidente Dilma Rousseff pelo Senado. Em reuni�o na manh� desta ter�a-feira, 17, com senadores do PT em S�o Paulo no Instituto Lula, o l�der petista disse que � poss�vel atuar na mudan�a de posi��o de 10 a 12 votos de senadores que concordaram com a abertura do processo de impeachment de Dilma, mas poderiam futuramente absolv�-la no julgamento.

A estrat�gia, batizada informalmente de "formiguinha", ser� focada em duas principais frentes: a partir da instru��o do processo, convencer senadores para impedir que votem pela condena��o da presidente afastada por crime de responsabilidade; e refor�ar, dentro e fora do Pa�s, em especial no pr�prio Senado, o discurso de que o impedimento de Dilma � um golpe.

Essas a��es, avaliam os participantes do encontro, est�o vinculadas diretamente ao sucesso do governo do presidente em exerc�cio, Michel Temer, que consideram ileg�timo. Por isso, os petistas querem adiar o julgamento de Dilma at� o limite dos 180 dias previstos em lei do afastamento da presidente.

A ideia � que, quanto maior o prazo de vig�ncia do governo interino, maiores ser�o as chances de erro na gest�o Temer - e eventual volta de Dilma. O grupo do presidente em exerc�cio, por sua vez, quer acelerar a vota��o.

Na conversa, Lula prometeu se empenhar pessoalmente para conversar com senadores que, a seu ju�zo, poderiam mudar de voto no julgamento. Na mira das abordagem, entre outros, est�o Cristovam Buarque (PPS-DF), Omar Aziz (PSD-AM), Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) e Acir Gurgacz (PDT-RO) - antes da vota��o do impeachment, o ex-presidente se reuniu com os dois �ltimos em um hotel em Bras�lia.

Contudo, a avalia��o de Lula com senadores do PT � que as chances de revers�o do quadro s�o �nfimas, mas n�o se pode deixar de manter a press�o sobre o governo Temer durante o per�odo do julgamento da presidente afastada pelo Senado.

Participaram do encontro, al�m do ex-presidente, o ex-l�der do governo Dilma no Senado Humberto Costa (PT-PE) e o atual l�der do PT na Casa, Paulo Rocha (PA). Humberto Costa, ali�s, dever� assumir em breve a lideran�a petista no Senado.

Os dois senadores foram a S�o Paulo e retornaram a Bras�lia ainda hoje a tempo de participar de um encontro, promovido pela presidente afastada no Pal�cio do Alvorada, com os senadores que votaram pela perman�ncia dela na semana passada.

Oposi��o

O grupo tamb�m definiu as linhas gerais de como ser� a oposi��o petista ao governo Temer no Congresso. A ideia � que, a despeito das cr�ticas de ilegitimidade, se fa�a uma oposi��o construtiva sem se colocar sempre contra as medidas do presidente em exerc�cio.

No caso de eventuais vota��es pol�micas, como o retorno da CPMF e a reforma da Previd�ncia, os petistas v�o defender que a nova base aliada de Temer diga publicamente que s�o favor�veis. Somente com essa condi��o que a bancada poderia dar apoio �s medidas.

Apesar do temor de aliados do presidente em exerc�cio, o PT tamb�m n�o pretende criar obje��es para, por exemplo, aprovar indica��es de autoridades para a gest�o Temer.

Um dos exemplos seria o do economista Ilan Goldfajn, confirmado na manh� desta ter�a-feira para ser presidente do Banco Central. A indica��o dele ter� de passar pela Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) do Senado, colegiado presidido pela petista Gleisi Hoffmann (PR).