Bras�lia, 18 - O novo l�der do governo na C�mara dos Deputados, Andr� Moura (PSC-SE), afirmou que o presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), n�o ter� "influ�ncia nenhuma" em sua atua��o no comando da C�mara. Um dos principais aliados do peemedebista, Moura destacou, contudo, que Cunha teve um papel "importante" na condu��o do impeachment da presidente Dilma Rousseff e que ele foi "corajoso" por ter deflagrado o processo de impedimento. O deputado contou que esteve com Cunha na �ltima semana, mas voltou a dizer que o presidente afastado n�o articulou sua indica��o e que ele � apenas "l�der do governo Michel Temer".
Apesar de interlocutores de Cunha afirmarem que ele atuou diretamente pela nomea��o, Moura considerou que a decis�o de Temer se baseou no apoio que possui de outros parlamentares. Nesta quarta, diversos parlamentares do chamado "centr�o" (PMDB, PR, PHS, PSL, PP, SD, PSD, PTB, PTN, PEN, PRB, PSC e Pros) levaram o nome de Moura ao presidente em exerc�cio.
"Quanto � influ�ncia de Cunha na minha lideran�a, quero dizer que estou aqui nessa Casa h� seis anos e durante esse per�odo constru� um bom relacionamento com v�rias pessoas. O trabalho que fizemos durante o impeachment foi fundamental para obter os votos necess�rios para a aprova��o do processo na C�mara, isso permitiu que eu tivesse o apoio de 13 partidos", defendeu.
Sobre possuir resist�ncia de alguns membros da base aliada, como DEM e PPS, devido � sua proximidade com Cunha, ele disse desconhecer os coment�rios. "N�o tenho conhecimento disso, conversei hoje com l�deres do PSDB, PP, PSD e PP, mas ainda farei uma visita a todas as lideran�as que comp�em a base do governo. N�o vi retalia��o, mas � natural que isso aconte�a com tantas legendas, pois algumas defendiam outros nomes, mas o importante � que somos uma s� base."
Moura disse que recebeu o convite de Michel Temer para assumir o cargo na noite de ter�a-feira, 17, no Pal�cio do Planalto. Tamb�m estavam presentes os l�deres do PSD, Rog�rio Rosso (DF), do PTB, Jovair Arantes (GO), do PP, Aguinaldo Ribeiro (PB), e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Desde cedo, Moura j� est� atuando na Casa para auxiliar a gest�o provis�ria a destravar a pauta. Segundo o parlamentar, h� um acordo para votar nesta quarta duas das quatro medidas provis�rias pendentes: a MP 706/15, que define a��es de combate ao mosquito transmissor do zika v�rus e da dengue; e a MP 712/15, que aumenta o prazo para distribuidoras de energia assinarem aditivo de contrato com o Minist�rio de Minas e Energia para prorrogar a concess�o do servi�o.
O objetivo do governo agora � ter a pauta "livre" para novas propostas a partir da pr�xima segunda, 23. "Minha miss�o aqui � trazer mat�rias que possam permitir que o Pa�s volte a encontrar o caminho do crescimento", afirmou. Para ele, independentemente da posi��o dos partidos, � preciso apreciar os projetos logo.
Maranh�o
Moura tamb�m comentou o impasse da perman�ncia de Waldir Maranh�o (PP-MA) na presid�ncia da C�mara, que tem sido motivo de instabilidade na base aliada e pode dificultar as vota��es. "Houve uma tentativa de solucionar, de buscar uma solu��o na semana passada, n�o do governo, mas de v�rios partidos, e n�o foi poss�vel", afirmou. "Maranh�o n�o deixou d�vidas de que n�o aceita renunciar ou se afastar, ent�o temos que trabalhar com o que � poss�vel, e isso � ajud�-lo a conduzir o plen�rio, assim como o ajudamos hoje a conduzir a reuni�o do col�gio de l�deres. O Parlamento precisa dar uma resposta positiva � sociedade", complementou.
Questionado sobre a vota��o da CPMF, que gerou mal-estar entre aliados, Moura respondeu apenas que ainda n�o discutiu o assunto com Temer.