Bras�lia, 18 - A Procuradoria-Geral da Rep�blica identificou uma nova linha de investiga��o contra o banqueiro Andr� Esteves, do BTG Pactual, no �mbito da Opera��o Lava Jato. O pedido � para que sejam apurados eventuais irregularidades relacionadas ao embandeiramento dos postos da BR Distribuidora. O esquema j� gerou uma den�ncia contra o senador Fernando Collor de Mello no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em documento enviado ao STF, o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, pede que uma c�pia da dela��o premiada do ex-senador Delc�dio Amaral (sem partido - MS) seja remetida � 13� Vara Federal de Curitiba para que seja apurado o suposto envolvimento de Esteves com o esquema, j� que o banqueiro n�o possui foro privilegiado.
Com base no depoimento do ex-senador, Janot sustenta que "houve pagamento de propina na negocia��o envolvendo o embandeiramento de postos BR em S�o Paulo no qual o Banco BTG era s�cio do empres�rio Carlos Santiago".
Em uma pe�a enviada nesta ter�a-feira, 17, ao STF, a defesa do banqueiro pede o arquivamento do pedido de investiga��o e, se isso n�o for poss�vel, que o caso fique na Corte e n�o seja remetido �s m�os do juiz S�rgio Moro, respons�vel pela Lava Jato na primeira inst�ncia.
Um dos argumentos dos advogados � que o esquema de embandeiramento dos postos j� foi analisado de maneira "extensa" na den�ncia relativa a Collor "sem que houvesse nem mesmo refer�ncia ao nome de Andr� Esteves".
O banqueiro j� havia sido citado nos acordos de dela��o firmados pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerver�. Youssef explicou que o banqueiro fez acordo com o empres�rio Carlos Santiago para criar a Derivados do Brasil, a DVBR, uma rede de cerca de 118 postos de gasolina espalhados principalmente por S�o Paulo e Minas Gerais e que foram incorporados pela BR Distribuidora.
J� Cerver� declarou que o banqueiro pagou propina a Collor, que exercia influ�ncia junto � BR Distribuidora, em um contrato de embandeiramento desses postos. Segundo Cerver�, a participa��o de Esteves na tentativa de impedi-lo de fazer acordo de dela��o com o Minist�rio P�blico seria justamente para impedir que o ex-diretor da Petrobras implicasse o banqueiro no esquema pelo qual Collor j� foi denunciado.
Esteves foi preso pela Pol�cia Federal em 25 de novembro, junto com Delc�dio, sob a suspeita de ter participado da negocia��o para comprar o sil�ncio de Cerver�. Ele deixou a cadeia no dia 18 de dezembro. O caso � a base de uma den�ncia da PGR contra o empres�rio no STF, em que est�o tamb�m Delc�dio, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, al�m de outros nomes como o pecuarista Jos� Carlos Bumlai.
Em outro inqu�rito no Supremo, a liga��o de Esteves com o presidente da C�mara afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), � investigada. A investiga��o tamb�m surgiu da dela��o do ex-senador, que disse que Cunha funcionava como "menino de recado" quando havia interesse do banco BTG em medidas provis�rias que tramitavam no Congresso.
Al�m de argumentar que n�o h� a necessidade de ser instaurada uma nova linha de investiga��o envolvendo o embandeiramento de postos, a defesa de Esteves nega a participa��o do banqueiro nos demais casos. Segundo os advogados, o pr�prio Delc�dio isentou Esteves de culpa durante declara��es recentes no programa "Roda Viva", exibido na segunda-feira passada.