S�o Paulo, 19 - O ministro das Rela��es Exteriores, Jos� Serra (PSDB-SP), afirmou na noite desta quinta-feira, 19, que o Mercosul precisa ser fortalecido e revigorado e que o Brasil ir� trabalhar justamente no fortalecimento do livre com�rcio do bloco.
Al�m disso, a pasta quer trabalhar com a flexibiliza��o do Mercosul para que pa�ses-membros consigam negociar acordos bilaterais sem ser no bloco, o que ajudaria no objetivo da pasta em avan�ar em acordos desses tipos. "� poss�vel flexibilizar e ter acordo razo�vel nessa mat�ria", declarou a jornalistas.
O ministro deu as declara��es em palestra proferida no VIII F�rum Nacional de Procuradores do Minist�rio P�blico de Contas, no Tribunal de Contas do Estado de S�o Paulo.
Diversas vezes Serra ressaltou a import�ncia do Mercosul e em uma delas comentou que o bloco � uma zona comercial mais profunda que a Alian�a do Pac�fico, composta por Chile, Peru, M�xico e Col�mbia, j� que leva a mesma pol�tica comercial entre membros para o resto do mundo. "Por isso que precisamos ter flexibiliza��es", afirmou.
Ele ressaltou que n�o haver� prioriza��o de mercados, como Estados Unidos em detrimento de China, por exemplo. "Vamos fazer uma pol�tica de escala mundial, porque o Brasil � um pa�s de escala continental. Temos que desenvolver as rela��es econ�micas em todas a �reas do planeta visando exportar mais e gerar mais emprego para o Brasil", disse.
Ele reiterou que quer negociar com o mercado norte-americano, chin�s, Europa, �frica, �sia e inserir o Brasil na Alian�a do Pac�fico, para que n�o vire "um novo tratado de Tordesilhas de dividir a Am�rica do Sul em Leste e Oeste".
"Depois de visitar os Estados do Mercosul vou visitar os pa�ses da alian�a do Pac�fico. J� recebi telefonemas de ministros da alian�a, como hoje, do Chile", informou.
Na segunda-feira, Serra ir� � Argentina que, segundo o ministro, � priorit�ria para o trabalho diplom�tico brasileiro. "A embaixada de l� � uma das mais importantes e iremos programar um programa de trabalho com eles na visita", disse.
Passaporte diplom�tico
O ministro afirmou que a pasta seguiu a pol�tica de governos anteriores de conceder passaporte diplom�tico a igrejas. A declara��o foi a justificativa de concess�o do documento com validade de tr�s anos ao pastor Samuel Cassio Ferreira, da Assembleia de Deus, ligado ao presidente afastado da C�mara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"Se convencionou h� muitos anos que a igreja Cat�lica teria direito a dois passaportes diplom�ticos e a� depois outras igrejas reivindicaram a mesma coisa. N�o cabe ao governo julgar se uma igreja � superior a outra. Pol�tica de governos anteriores � de dar dois para cada igreja e � isso que est� sendo feito. Esse fato que foi mencionado nem tinha conhecimento, que igreja �", explicou. "N�o vamos rever passaporte diplom�tico", disse a jornalistas.
Sobre trabalhar para que os brasileiros n�o precisem de vistos para a entrada nos Estados Unidos, Serra disse que precisa examinar se � vi�vel. "Meu palpite antes de virar ministro era trabalhar para isso e agora eu n�o sei se isso � vi�vel", falou.
O ministro ainda comentou que o trabalho do MRE ser� em parceria com o Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria, Com�rcio e Servi�os (MDIC), principalmente pela import�ncia que tem a Secretaria de Com�rcio Exterior (Secex), e tamb�m com os minist�rios da Agricultura e Meio Ambiente.
Com rela��o � sinaliza��o de que o MRE precisaria de mais R$ 800 milh�es de recursos adicionais ao or�amento de R$ 2,98 bilh�es de recursos dispon�veis para o ano, Serra disse que n�o est� pressionando o Planejamento. "Eu apenas coloquei o problema. O governo passado deixou Itamaraty em pen�ria completa. Parou de pagar institui��es, organiza��es internacionais, como ONU e OIT. N�o pega bem para o Brasil ficar com esses atrasos", falou.
Segundo ele, aux�lios-moradia concedidos a diplomatas est�o com quatro meses de atraso, por exemplo. "Faremos pol�tica de austeridade, n�o temos interesse de gastar mais. Mas sim de eliminar o atrasado", disse.