Ligada ao PT, a CUT n�o reconhece a legitimidade do governo Temer e defende a volta da presidente Dilma Rousseff. Segundo dirigentes da CUT, o fato de aceitar participar das conversas com as demais entidades n�o significa reconhecer o governo Temer.
Na segunda-feira passada, as outras quatro centrais (For�a Sindical, Nova Central, UGT e CSB) estiveram com Temer para criar um mecanismo permanente de negocia��es sobre a reforma da Previd�ncia e outros temas da pauta trabalhista. As quatro entidades ficaram de se reunir na pr�xima segunda-feira para formular uma proposta que seria apresentada no dia 30. CUT e CTB ligada ao PCdoB, foram convidadas mas se recusaram a participar da reuni�o com Temer por considerarem o governo em exerc�cio ileg�timo.
Nesta sexta-feira (20/05) o presidente da CUT, Vagner Freitas, almo�ou em um restaurante no bairro da Mooca, na zona leste de S�o Paulo, com representantes da For�a Sindical e UGT. "Combinamos com o governo que as quatro centrais fariam uma proposta mas achamos por bem que todas as centrais participem porque n�o � uma responsabilidade s� nossa. O pessoal da CUT disse ‘n�s topamos mas precisamos de um tempo para discutir com toda a dire��o’", disse o secret�rio-geral da For�a, Jo�o Carlos Gon�alves, o Juruna.
Por causa disso, as centrais pediram ao governo uma semana de prazo para inclu�rem a CUT na formula��o da proposta. Segundo Juruna, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da For�a (SD-SP), foi encarregado de falar com o presidente em exerc�cio para redefinir o cronograma. "Eles (CUT) propuseram que a gente modifique a data", disse Juruna.
‘Ileg�timo’
Segundo o secret�rio-geral da CUT, S�rgio Nobre, que tamb�m participou do almo�o, o fato de ter aceitado participar da elabora��o da proposta que ser� apresentada a Temer n�o muda a posi��o da central em rela��o ao governo em exerc�cio. "As centrais t�m um foro antigo para temas da pauta trabalhista, um espa�o para a constru��o de consensos. Quanto ao Temer a CUT tem uma posi��o muito clara. O governo � ileg�timo e vamos trabalhar para que Dilma reassuma. N�o vamos sentar com Temer", disse Nobre.
De acordo com ele, a CUT aceitou discutir propostas para a reforma da Previd�ncia de uma forma gen�rica e n�o especificamente para serem apresentadas ao presidente em exerc�cio. "O consenso que as centrais constru�rem ser� de dom�nio p�blico. Pode ser usado por universidades, governos municipais, por quem quiser. N�o significa que vamos negociar com Temer de forma direta nem indireta", afirmou.
Segundo Juruna, a participa��o da CUT � importante porque a reforma ser� decidida no Congresso e as todas centrais esperam apoio do PT para evitar a perda de direitos. O governo ainda n�o formulou uma proposta concreta mas ministros falam na cria��o de uma idade m�nima de aposentadoria inclusive para trabalhadores que j� est�o no mercado.