S�o Paulo, 23 - O juiz federal da 13� Vara Federal de Curitiba e um dos respons�veis pela Opera��o Lava Jato, S�rgio Moro, n�o quis comentar sobre as grava��es do ministro do Planejamento, Romero Juc� (PMDB-RR), de que uma mudan�a no governo federal resultaria em um pacto para estancar a sangria da Lava Jato. "N�o teria um coment�rio espec�fico sobre essa situa��o, porque n�o estou suficiente a par e n�o seria apropriado", disse, ao responder uma pergunta de mediador do F�rum Veja - O Brasil que temos e o Brasil que queremos.
Entretanto, o juiz ressaltou que � importante ter presente que existe esferas independentes, "Ouvi o Meirelles falando h� pouco sobre economia e isso � um assunto que o judici�rio n�o interfere. Assim como assunto de Justi�a tamb�m n�o devem ter interfer�ncia do governo, cada um tem que agir independente", afirmou.
Questionado tamb�m sobre os boatos de que a opera��o estaria perdendo �mpeto, Moro disse que a Lava Jato "n�o � seriado". Ele argumentou que existe um trabalho, que � a parte mais vis�vel, de buscas e dilig�ncias, mas existe tamb�m um trabalho de investiga��o, de realiza��o de audi�ncias, de julgamento de casos, e ressaltou que os resultados da Lava Jato s�o institucionais.
Moro ainda comentou que o judici�rio precisa continuar com uma atitude mais firme e essa postura seja perene. "N�o precisa s� esperar man� do Estado para se combater a corrup��o, muito pode ser feito pelas institui��es privadas. Tamb�m tem toda uma quest�o moral que poderia ser feita, como dizer n�o a propinas, entre outros", declarou.
Barroso
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Lu�s Roberto Barroso, que participou do debate junto com Moro, completou a resposta ao questionamento das supostas tentativas de se barrar a Lava Jato e comentou sobre a quest�o de Moro ser tratado como her�i nacional. "Voc� precisa de her�is quando as institui��es n�o funcionam corretamente. Mas acredito que as institui��es passaram a funcionar melhor. Ent�o � impens�vel que, nos dias de hoje, supor que algu�m tenha individualmente capacidade de paralisar as institui��es", declarou.
Barroso explicou que n�o daria declara��o sobre o ocorrido com Juc�, mas que acessos aos ministros do STF para pedir audi�ncia e conversar todos t�m. "Agora acesso no sentido de influenciar qualquer componente ou pessoa nos processos eu duvido muito que aconte�a. E n�o me refiro a uma pessoa, mas ao geral", afirmou.
Lula
Moro foi questionado pela plateia se o ex-presidente da Rep�blica, Luiz In�cio Lula da Silva, pode ser preso. "Esse tipo de pergunta n�o tem nem como come�ar a responder. Mas o que posso falar � que existe todo um processo de investiga��o e provas e o juiz n�o segue opini�o p�blica. Se esse processo voltar para minha inst�ncia - e isso n�o est� certo que volte - ser� tratado na forma da lei com base em fatos e sem qualquer envolvimento da opini�o p�blica e nem de qualquer sentimento de expectativas", declarou.