Bras�lia, 23 - O ministro do Planejamento, Romero Juc�, considerou precipitadas as declara��es de parlamentares do DEM, da base de apoio ao governo Michel Temer, sobre a sua sa�da do governo. Citando o deputado Pauderney Avelino (AM) e o senador Ronaldo Caiado (GO), Juc� disse que n�o ser� pautado pelas posi��es dos parlamentares.
Para o ministro, se o DEM tem essa posi��o (pela sua sa�da do minist�rio), outros partidos t�m outros posicionamentos. "� importante que as coisas sejam esclarecidas. O Pauderney estava sendo atacado recentemente e nem por isso desconfiei dele. N�o pauto minhas decis�es por posi��o individual de qualquer parlamentar, mas pela minha consci�ncia. � no m�nimo precipitado se pedir qualquer provid�ncia antes que algo seja provado", afirmou, durante entrevista coletiva para esclarecer o vazamento de uma conversa com o ex-presidente da Transpetro S�rgio Machado.
Nesta segunda-feira, 23, o jornal Folha de S. Paulo divulgou a conversa na qual Juc� sugere a exist�ncia de um pacto para obstruir a opera��o Lava Jato.
Em entrevista coletiva � imprensa, Juc� tentou ainda diferenciar os impactos que as investiga��es da Opera��o Lava Jato tiveram no governo da presidente afastada Dilma Rousseff dos efeitos que as suspeitas podem ter no governo Temer.
"Da minha parte entendo que uma coisa � opera��o Lava Jato no governo do PT, que tem a dire��o do partido envolvido. Outra coisa � a Lava Jato no governo Temer, que tem algumas pessoas mencionadas", argumentou. "N�o sou r�u no processo, n�o cometi nenhum tipo de delito. N�o tenho foco na Lava Jato e n�o perco um minuto do dia com preocupa��o com a opera��o", completou.
Por isso, Juc� disse estar tranquilo no cargo de ministro. "Se surgir algo concreto contra algu�m, isso ser� avaliado. Estou tranquilo, mas cargo de ministro � do presidente Temer. N�o nasci ministro do Planejamento e n�o vou morrer ministro, espero", brincou. "N�o me sinto atrapalhando o governo, pelo contr�rio, me sinto ajudando", concluiu.
A�cio Neves
Juc� afirmou que, ao citar ajuda ao senador e presidente nacional do PSDB, A�cio Neves (MG), em conversa vazada com S�rgio Machado, estava referindo-se ao acordo pol�tico para eleg�-lo presidente da C�mara ainda na d�cada passada.
"Falamos de ajuda a A�cio para eleg�-lo a presidente da C�mara, em acordo para Jader Barbalho (PMDB-PA) ser presidente do Senado. Na �poca, tivemos uma costura pol�tica grande", argumentou.
Na conversa vazada, ao falar de investiga��es contra a classe pol�tica, Machado teria afirmado que A�cio seria "o primeiro a ser comido". "Machado disse que A�cio seria o pr�ximo a ser pego, mas eu n�o concordei e nem discordei", desconversou Juc�.
Janot
O ministro do Planejamento elogiou a atua��o do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot. "Entendo que Janot faz excelente trabalho e a Procuradoria Geral da Rep�blica tem que ter autonomia para investigar quem quiser", disse. Ele afirmou ainda que votou e ajudou na recondu��o de Janot no Senado.
Juc� frisou que o procurador ainda n�o apresentou nenhuma den�ncia contra ele. "N�o posso responder pelo Minist�rio P�blico", afirmou. Juc� disse, mais uma vez, que n�o h� dem�rito em ser investigado e que, numa democracia plena, qualquer servidor pode e deve ser investigado se houver d�vidas ou questionamentos. "N�o h� nenhum dem�rito em ser investigado, todos podem ser. O dem�rito � ser condenado", afirmou.
Juc� disse ainda que n�o tem medo de ser investigado e que n�o "deve nada a ningu�m". "Se tivesse medo ou telhado de vidro, n�o teria assumido a presid�ncia do PMDB em momento de conflito com o PT. Se tivesse medo de briga, n�o entraria nesse processo como entrei", destacou.