Bras�lia, 25 - O ministro das Rela��es Exteriores, Jos� Serra, afirmou que os comunicados enviados pelo Itamaraty para "explicar" o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff foram um "contra-ataque" do governo do presidente em exerc�cio Michel Temer. "Quando n�s somos atacados, reagimos, at� num tom menor. N�s estamos sendo atacados. Mas n�s n�o podemos ser acusados de nos defender. N�o tem sentido", disse o ministro, que usou uma express�o francesa para justificar. "Instru�mos o corpo diplom�tico inteiro nessa dire��o", afirmou Serra, que participou de reuni�o para tratar quest�o de fronteiras no Pal�cio do Planalto.
Presente na coletiva, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, endossou o posicionamento de Serra e informou que tamb�m enviou aos militares um comunicado com o mesmo teor. "Enviamos uma circular, um comunicado para desmistificar o processo que est� acontecendo no Brasil", disse Jungmann.
Depois das cr�ticas dos pa�ses "bolivarianos" ao afastamento da presidente Dilma e da divulga��o de notas do governo brasileiro rebatendo-as em tom duro, o Itamaraty enviou ontem uma correspond�ncia a todas as embaixadas com o objetivo de dar aos diplomatas condi��es de rebater "equ�vocos" sobre o processo de impeachment em curso no Pa�s. O alerta � que avalia��es erradas prejudicam a imagem do Brasil.
Fronteiras
A pedido de Serra, o presidente em exerc�cio incluiu em sua agenda hoje uma reuni�o para tratar do tema de fronteira. Apesar disso, Temer s� ficou na abertura do encontro. Ap�s a reuni�o, que contou com diversos ministros e representantes de �rg�os federais, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou rapidamente que Temer havia determinado a cria��o de um comit� de coordena��o e controle de fronteiras.
Ao explicar os objetivos do governo com as medidas, Serra disse que a ideia era aprofundar o diagn�stico atual das fronteiras brasileiras e fazer com que as a��es tenham car�ter permanente. Ele disse ainda que esse grupo ser� coordenado por Brasil e Argentina e que outros pa�ses ser�o chamados para cooperar.
Questionado se haveria problemas com pa�ses como Bol�via e Venezuela, que s�o contr�rios ao impeachment, Serra afirmou que a Venezuela "n�o estava cogitada" e que no caso da Bol�via, "a despeito do posicionamento" de Evo Morales, o Brasil tem rela��es econ�micas normais com o pa�s e que n�o v� dificuldades em criar la�os em quest�es que interessam aos dois. "O governo boliviano ser� persuadido a participar", disse.
Ao destacar n�meros que envolvem o contrabando, Serra disse que "se o crime � organizado, n�s precisamos nos organizar". "O contrabando corr�i ofertas de emprego e arrecada��o de tributos", afirmou.
O ministro disse ainda que as a��es n�o demandaram muitos recursos, j� que as verbas j� existentes ser�o otimizadas. "Se for necess�rio algum recurso (para fronteiras), n�o estar� fora das possibilidades", disse.
Jungmann, da Defesa, afirmou que a pasta vai implantar um sistema integrado de fronteiras e iniciar uma opera��o que vai envolver pelo menos 15 mil homens. Segundo ele, o Brasil est� alugando um sat�lite de baixa altitude para melhorar o monitoramento. "Vamos poder acompanhar todo e qualquer movimento em nossas fronteiras", disse.